BrasilAgro (AGRO3) e Boa Safra (SOJA3): O que esperar dos resultados do 1T24 e 3T23?
Em duas semanas, a BrasilAgro (AGRO3) e a Boa Safra (SOJA3) divulgam seus resultados financeiros referentes ao primeiro trimestre da safra 2023/2024 (1T24) e do terceiro trimestre de 2023 (3T23), respectivamente.
Enquanto o período marca a abertura de uma nova temporada para AGRO3, a SOJA3 se aproxima do fim dos resultados do ano.
O Agro Times compilou as projeções da XP Investimentos para as empresas. De acordo com a corretora, os resultados devem contar com números bem distintos.
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O que esperar de BrasilAgro?
A XP projeta resultados fracos para a empresa, refletindo margens baixas da safra velha de soja, embora melhores preços do açúcar já devem beneficiar a safra de cana-de-açúcar.
No geral, a corretora projeta receita líquida de R$ 267 milhões, queda de 13% em relação ao ano anterior, e Ebitda ajustado de R$ 24 milhões, queda de 78% em relação a 2022, com margem fraca de 8,9%.
Olhando para frente, a XP espera que as margens da cana-de-açúcar e soja se recuperem.
Ainda assim, a corretora permanece neutra, com preço-alvo de R$ 31,80 e potencial de alta de 9%, com uma visão baixista para os preços das commodities e possíveis riscos para a empresa na próxima safra, com o risco do El Niño, principalmente, para o milho.
Em entrevista ao Agro Times, o CEO da empresa explicou que os dois primeiros trimestres da safra são tradicionalmente mais fracos.
SOJA3 e a “boa safra” esperada
Para a Boa Safra, a expectativa é de um trimestre forte em termos de resultados, mas também pelo momento difícil dos fornecedores de insumos agrícolas.
Segundo a XP, o nível de comercialização da safra está abaixo da média histórica, com os produtores adiando suas tomadas de decisão em relação aos insumos o máximo que podem, o que empurra a sazonalidade para a maioria das empresas de insumos agrícolas para o quarto trimestre.
No entanto, a corretora estima crescimento de receita e Ebitda, impulsionado por maiores volumes e preços (maior adoção de tecnologia e TSI), abordando as preocupações dos investidores em relação a uma possível queda nos preços das sementes como resultado da queda nos preços da soja.
Dessa forma, a XP permanece otimista com o plano de expansão da Boa Safra, com a opinião de que a demanda por sementes aumentará nos próximos anos, impulsionada pelo aumento da área plantada e pela maior penetração de tecnologia entre os agricultores.
Além disso, a instituição vê espaço para um ambiente competitivo saudável nos próximos anos, já que a Boa Safra foi a líder de mercado em 2022, com uma participação de 7,4%, com expectativa para alcançar 11,9% até 2027.
A XP recomenda compra para ação, com preço-alvo de R$ 16,20 e potencial de alta de 25%. Fora isso, a corretora prevê melhoria nas margens da empresa em função de três fatores:
- aumento das sementes TSI no mix de receita, que adicionam margens mais altas ao negócio de sementes de soja;
- aceleração do negócio de tolling de milho, que tem margens mais altas do que a média da Boa Safra; e
- aumento de outras sementes (feijão, pastagem, trigo e sorgo) no mix de receita, embora ainda considere como opcional, devido ao seu tamanho ainda não relevante.