BrasilAgro (AGRO3) deve começar safra com resultados fracos, aponta XP
Na quarta-feira (6), a BrasilAgro (AGRO3) reporta seus números referentes ao primeiro trimestre da safra 2024/2025 (1T25). Embora melhores na comparação com o 1T24, a expectativa da XP Investimentos é de que a empresa reporte um início de temporada fraco.
As margens agrícolas devem se recuperar refletindo custos mais baixos e melhores preços (especialmente na cana-de-açúcar), embora fiquem provavelmente abaixo do potencial, já que os preços ainda estão pressionados.
Os analistas esperam uma receita líquida de R$ 334 milhões (+23% ano a ano, sendo R$ 164 milhões de cana-de-açúcar e R$ 115 milhões de soja) e Ebitda ajustado agrícola de R$ 46 milhões (+94% A/A). A casa mantém recomendação neutra para ação (preço-alvo de R$ 29,70 e potencial de alta de 25,42%).
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“Acreditamos que os resultados atingiram o fundo na última safra e devem se recuperar nos trimestres seguintes. No entanto, permanecemos cautelosos com a tese de investimento, particularmente devido à nossa postura conservadora sobre os preços dos grãos, e à um valuation não atrativo”, explicam Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak.
AGRO3: Recuperação e vendas de fazendas
A melhora para receita líquida (R$ 334 milhões) se dá principalmente por:
- R$ 164 milhões de cana-de-açúcar, que deve enfrentar volumes de ~1 milhão de toneladas e melhores preços;
- R$ 115 milhões de soja refletindo volumes mais altos, mas preços mais fracos;
- R$ 16 milhões de milho, com volumes diminuindo de ~50 mil toneladas para ~25 mil toneladas.
A XP espera uma melhora da margem bruta agrícola refletindo melhores preços da cana-de-açúcar, além de custos mais baixos em todas as linhas.
Os analistas se mantêm cautelosos com a tese de investimento, particularmente devido à visão pessimista sobre os grãos, que provavelmente manterá as margens agrícolas pressionadas.
“No entanto, a companhia provou ser bem-sucedida em sua estratégia de reciclagem de portfólio, o que, em última análise, levou a pagamentos de dividendos superiores ao esperado nos últimos anos”.