BrasilAgro (AGRO3): BTG reduz preço-alvo, mas destaca rendimentos de dividendos de 11% em meio a novo ciclo de investimentos
O BTG Pactual reduziu seu preço-alvo para BrasilAgro (AGRO3) de R$ 43 para R$ 31 (potencial de alta de 19%), refletindo os menores preços das commodities.
Apesar disso, o banco que reforça compra, explica que AGRO3 apresenta um interessante dividend yield (DY) e amplas oportunidades de crescimento em um setor em expansão.
O banco, que participou do Investor Day da companhia, ressalta que as oportunidades em aquisições de terras, principalmente pela queda dos grãos, com a fortaleza do balanço da BrasilAgro posicionando bem a empresa para capitalizar. De acordo com a empresa, dos 851 milhões de hectares do Brasil, 19% são para gado e apenas 14% para agricultura.
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“A BrasilAgro enfatizou que ainda há muitas oportunidades de crescimento no negócio de safras. Eles veem as áreas de criação de gado como uma grande oportunidade de crescimento, estimando que 35-45 milhões de hectares de pastagens poderiam ser convertidos em terras agrícolas sem desmatamento”, explicam Thiago Duarte, Guilherme Guttila e Pedro Soares.
Para o ano fiscal de 2025, a instituição projeta um Ebitda de R$ 619 milhões, m R$ 387 milhões da operação agrícola e R$ 232 milhões de vendas de terras, impulsionado pela venda antecipada da fazenda Alto Taquari, que deve contribuir com R$ 180 milhões em Ebitda.
Novo ciclo de crescimento pesará sobre dividendos?
O BTG reforça, que após a pandemia, em meio aos altos preços das commodities, a BrasilAgro entrou em um ciclo de desinvestimento, vendendo oito fazendas entre 2021-2023, com Taxa Interna de Retorno (TIR) variando de 14% a 57%.
Em um ambiente de preços altos, onde o crescimento era mais desafiador, eles optaram por distribuir dividendos significativos aos acionistas, resultando em rendimentos de 10% em 2022 e 13% em 2023 (acima de 3-5% nos anos anteriores).
Com a queda nos preços das commodities, o BTG acredita que a empresa deve mudar para um ciclo de investimentos, mas ainda espera um forte rendimento de dividendos de 11% para este ano e cerca de 7-8% nos próximos anos.
“Diferente do que ocorreu no último ciclo de investimento, quando a empresa investia em ativos de baixo custo que exigiam transformações significativas, que poderiam levar de 6 a 7 anos, geralmente envolvendo terras do Cerrado que exigiam longas aprovações ambientais, a BrasilAgro deve focar agora na conversão de pastagens em terras agrícolas produtivas, permitindo retornos mais rápidos, ainda que ligeiramente menores”, analisam.
As ações AGRO3 terminaram o pregão desta terça-feira (24) com queda de 0,35%, a R$ 25,74.