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BrasilAgro (AGRO3): BTG reduz preço-alvo, mas destaca rendimentos de dividendos de 11% em meio a novo ciclo de investimentos

24 set 2024, 11:18 - atualizado em 24 set 2024, 11:18

O BTG Pactual reduziu seu preço-alvo para BrasilAgro (AGRO3) de R$ 43 para R$ 31 (potencial de alta de 19%), refletindo os menores preços das commodities

Apesar disso, o banco que reforça compra, explica que AGRO3 apresenta um interessante dividend yield (DY) e amplas oportunidades de crescimento em um setor em expansão.

O banco, que participou do Investor Day da companhia, ressalta que as oportunidades em aquisições de terras, principalmente pela queda dos grãos, com a fortaleza do balanço da BrasilAgro posicionando bem a empresa para capitalizar. De acordo com a empresa, dos 851 milhões de hectares do Brasil, 19% são para gado e apenas 14% para agricultura.

“A BrasilAgro enfatizou que ainda há muitas oportunidades de crescimento no negócio de safras. Eles veem as áreas de criação de gado como uma grande oportunidade de crescimento, estimando que 35-45 milhões de hectares de pastagens poderiam ser convertidos em terras agrícolas sem desmatamento”, explicam Thiago Duarte, Guilherme Guttila e Pedro Soares.

Para o ano fiscal de 2025, a instituição projeta um Ebitda de R$ 619 milhões, m R$ 387 milhões da operação agrícola e R$ 232 milhões de vendas de terras, impulsionado pela venda antecipada da fazenda Alto Taquari, que deve contribuir com R$ 180 milhões em Ebitda.

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Novo ciclo de crescimento pesará sobre dividendos?

O BTG reforça, que após a pandemia, em meio aos altos preços das commodities, a BrasilAgro entrou em um ciclo de desinvestimento, vendendo oito fazendas entre 2021-2023, com Taxa Interna de Retorno (TIR) variando de 14% a 57%.

Em um ambiente de preços altos, onde o crescimento era mais desafiador, eles optaram por distribuir dividendos significativos aos acionistas, resultando em rendimentos de 10% em 2022 e 13% em 2023 (acima de 3-5% nos anos anteriores).



Com a queda nos preços das commodities, o BTG acredita que a empresa deve mudar para um ciclo de investimentos, mas ainda espera um forte rendimento de dividendos de 11% para este ano e cerca de 7-8% nos próximos anos.

“Diferente do que ocorreu no último ciclo de investimento, quando a empresa investia em ativos de baixo custo que exigiam transformações significativas,  que poderiam levar de 6 a 7 anos, geralmente envolvendo terras do Cerrado que exigiam longas aprovações ambientais, a BrasilAgro deve focar agora na conversão de pastagens em terras agrícolas produtivas, permitindo retornos mais rápidos, ainda que ligeiramente menores”, analisam.