Brasil vive corte de juros “veloz e furioso”, afirma associação dos maiores bancos do mundo
O Banco Central do Brasil está um processo de corte de juros “veloz e furioso” e que pode levar a Selic a 8,75% ao ano até o final de 2017, aponta o economista-chefe para América Latina do Instituto de Finanças Internacionais (IIF), Ramón Aracena. O IIF é uma associação global que congrega os maiores bancos do mundo.
Aracena avalia que o país tem dado os primeiros passos para mudar a configuração macroeconômica, como a aprovação do teto de gastos que impede o crescimento real dos gastos por 20 anos.
“Apesar da resistência política, esperamos que o Congresso aprove o principal da Reforma da Previdência até a metade deste ano já que isso é fundamental para a reconstrução da confiança de uma maneira sustentada. Acreditamos que é do interesse do Congresso em fazer isso para assegurar um desempenho econômico robusto até as eleições de 2018, o que poderia facilitar as reeleições”, explica.
Crescimento
O IIF vê a Lava Jato como um dos principais riscos. A continuidade das investigações pode engolir mais políticos e empresários que fazem parte do centro das decisões do país. “Apesar de não podermos descartar um candidato ‘maluco’ com os eleitores pedindo mudança, uma economia muito melhor pode dar apoio aos tradicionais”, ressalta o economista.
A projeção é de crescimento de 3,2% em 2018 e inflação perto do centro da meta de 4,5%.