Brasil vai ficar sem internet? Entenda obra no Ceará que pode cortar conexão do país
A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) vai realizar a construção de uma usina de dessalinização na Praia do Futuro, em Fortaleza. A grande questão é que nesta região passam os cabos submarinos responsáveis pela conexão de 90% da internet do Brasil.
Neste sentido, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e companhias de telefonia ponderam que é muito arriscado devido ao possível impacto na internet. Após manifestação da Claro na imprensa apontando riscos ao funcionamento da internet no país, relacionados à construção da planta de dessalinização, a Cagece divulgou nota em que afirma se tratar de uma “falácia”.
“A internet não vai cair e, seja na terra ou no mar, as infraestruturas da Dessal do Ceará não apresentam riscos para o funcionamento dos cabos submarinos de internet que operam na orla da Praia do Futuro. Essa afirmação está embasada e demonstrada tecnicamente em estudos divulgados amplamente pela Cagece durante todo o processo de discussão desse projeto, que teve início em 2017”, disse em nota.
O extenso posicionamento da companhia — que pode ser conferido na íntegra aqui — destaca que o processo vem sendo feito de forma responsável, com transparência e ampla divulgação de todas as etapas nos meios de comunicação oficiais, imprensa e demais instrumentos de participação democrática.
“Além disso, cabe ressaltar que esse processo sempre levou em consideração toda a legislação pertinente, buscando sempre as orientações e deliberações emitidas por órgãos competentes”, diz.
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Afinal, Brasil vai ficar sem internet?
Procurada, a Anatel informa ter participado de reunião convocada pelo ministro das Comunicações, Juscelino Filho, em que também participaram o governador do Estado do Ceará, Elmano de Freitas, e o presidente da Cagece, Neuri Freitas, para discussão sobre a construção da usina de dessalinização nas proximidades da infraestrutura de telecomunicações existente na região.
“Na reunião foi firmado acordo no qual a Cagece deverá providenciar complemento ao projeto, apresentando novos estudos, avaliações e planejamento mais detalhado e específico de gestão de riscos, quanto à infraestrutura local, considerando a fase de construção e também a fase de operação. A apresentação desse complemento ao projeto provocará uma reanálise célere por parte da Agência reguladora”, disse em nota.
O órgão já havia se posicionado anteriormente como contrário à obra, tendo inclusive argumentando que não estavam sendo devidamente considerados os riscos do empreendimento.