Opinião

Brasil transfere tecnologia para a Suécia

03 maio 2020, 15:00 - atualizado em 01 maio 2020, 19:02
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A SAAB vai fornecer os caças à FAB com transferência de tecnologia, mas… começou a comprar aqui a tecnologia que promete transferir (Imagem: Facebook FAB)

Fausto Oliveria

Perdemos mais uma. Agora é a Atmos Sistemas, empresa nacional produtora de radares e outros instrumentos aeronáuticos, que bate asas do Brasil. Agora é parte da sueca SAAB.

A Atmos Sistemas tem o status de Empresa Estratégica de Defesa (EED), certificada pelo Ministério da Defesa, pois já colaborou em diversos projetos com a Marinha, a Força Aérea, com a Base de Alcântara, CEMADEN e muito mais.

Um dos projetos mais promissores em que a Atmos trabalhou é o Sirius, junto ao LNLS. O Sirius é uma fonte de luz síncroton, que pode desvendar a estrutura molecular e eletrônica de diferentes materiais, possibilitando avançados desenvolvimentos tecnológicos no país.

Tem também estreitos laços com o Estado em convênios para além da Defesa. Finep, Fapesp e o LNLS são alguns dos entes públicos que contribuíram para seu sucesso. Como mostra o link abaixo.

Não obstante tudo isso, por um valor não revelado, a empresa se vendeu para a sueca SAAB. Só que desde janeiro de 2018 a Atmos já tinha convênio de fornecimento de tecnologias para a linha de caças Gripen NG.

Ou seja, a SAAB vai fornecer os caças à FAB com transferência de tecnologia, mas… começou a comprar aqui a tecnologia que promete transferir. Radares e sensores são uma pequena parte de um caça. Mas é isso que está acontecendo.

E isso depois de a empresa, que nasceu em 2004, ter recebido do Estado brasileiro inúmeros estímulos. O próprio projeto Gripen é viabilizado pela FAB. A perda de capacidade tecnológica é o atestado de permanência no subdesenvolvimento.

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