Economia

Brasil terá crescimento zero em 2020, aponta Credit Suisse

17 mar 2020, 16:55 - atualizado em 17 mar 2020, 16:55
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“Não é possível excluir uma recessão muito mais significativa, dependendo do tempo que o governo leva para conter o impacto negativo do vírus”, diz o banco (Imagem: Pixabay/padrinan)

O crescimento da economia brasileira tende a ser zero em 2020, avalia o Credit Suisse em um relatório enviado a clientes nesta terça-feira (17). A projeção anterior, de 1,4%, já estava abaixo da vista no relatório Focus do Banco Central, de 1,68%.

“Nosso cenário base agora é compatível com uma recessão no 1º semestre, com contrações de -0,1% em relação nos três primeiros meses e e
-1,6% entre abril e junho”, explicam os economistas.

Segundo o banco, o desempenho da atividade econômica no início do ano foi menos afetado pelos impactos do coronavírus, uma vez que o país foi um dos últimos a apresentar a disseminação da doença.

Consequentemente, o impacto do surto de coronavírus nos indicadores econômicos não foi relevante entre janeiro e fevereiro, mostrando os primeiros sinais negativos apenas na primeira quinzena de março.

“Também estamos assumindo uma recuperação da atividade econômica no segundo semestre de 2020, com o crescimento do PIB acelerando nos últimos trimestres. Não é possível excluir uma recessão muito mais significativa, dependendo do tempo que o governo leva para conter o impacto negativo do vírus”, alertam.

Paulo Guedes
Credit Suisse entende que a resposta do governo será menor do que a vista em 2008 (Imagem: Flickr/Ministério da Economia)

Resposta suficiente?

Para o Credit Suisse, a atuação anticíclica do governo será mais restrita agora do que na crise de 2008.

“Enquanto na época o governo usava as políticas monetária e fiscal para reagir aos efeitos da crise, o momento atual aponta para uma capacidade limitada de para o uso das duas ferramentas em relação ao período da crise financeira”, avaliam.

Os economistas Alonso Cervera, Juan Lorenzo Maldonado, Alberto J. Rojas e Leonardo Fonseca, afirmam que a política monetária já está em um nível expansionista, limitando o espaço para fortes estímulos monetários.

“Apesar do menor espaço para estímulos fiscais e monetários em comparação com a última crise global, vemos o setor financeiro não financeiro privado com um sólido balanço e um sistema financeiro capitalizado, o que deve reduzir a probabilidade de um contágio do setor financeiro”, concluem.

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