Brasil tem maior número de fusões e aquisições em 25 anos
O ano de 2021 foi de recorde em fusões e aquisições nos últimos 25 anos: foram 1.963 negociações realizadas. A quantia é 59% superior as 1.231 operações registradas em 2019 – melhor ano até então da pesquisa trimestral realizada pela KPMG com empresas de 43 setores da economia brasileira.
A maioria das operações (65%) foram domésticas, ou seja, apenas entre empresas brasileiras. Além disso, só no quarto trimestre do ano passado, foram 602 negócios concluídos e também o melhor de 2021. Nos outros trimestres, foram 375, 429 e 557 fusões e aquisições, respectivamente.
“Os processos de fusões e aquisições de empresas brasileiras continuam bastante aquecidos tanto para transações domésticas como para transações de empresas estrangeiras fazendo aquisições no Brasil”, afirma analisa o sócio da KPMG, Luis Motta.
No entanto, as fusões e aquisições devem diminuir nos próximos meses. “Minha aposta é no sentido de que as aquisições perderão fôlego no segundo semestre, em razão da elevação da taxa de juros, somado aos papéis de renda fixa atrelados à inflação e isentos de imposto de renda. Estes fatores, me parecem, vem fazendo com que os investidores migrem seus investimentos para ativos de menor risco”, afirma o especialista do escritório Galvão Villani, Navarro, Zangiácomo e Bardella Advogados, Paulo Bardella Caparelli.
Setores
As empresas de internet foram as que lideraram entre os processos de fusão e aquisição, com 658 negócios (ou 34% do total de transações). Em seguida, estão as companhias de tecnologia da informação (18%, totalizando 358 dos negócios).
“Durante a pandemia, as empresas de tecnologia, como as que prestam serviços de cloud, passaram por um crescimento acentuado. Estas empresas se tornaram alvos de investidores em private equity, de modo que agora vemos um movimento de aquisições neste segmento, e até mesmo buscas por consolidação em alguns setores específicos”, afirma Caparelli.
O segmento de instituições financeiras também se destacou com 161 transações, seguido por serviços para empresas (78); hospitais e laboratórios de análises clínicas (70); e telecomunicações e mídia (66).