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Brasil tem desemprego de 14,2% no trimestre até janeiro, diz IBGE

31 mar 2021, 9:06 - atualizado em 31 mar 2021, 11:57
Carteira de Trabalho Emprego
A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 14,1 por cento por cento no período (Imagem: Carol Garcia/GOVBA)

O número de pessoas ocupadas no Brasil registrou a maior expansão para um trimestre encerrado em janeiro ainda como resultado da força vista no fim do ano e mantendo o caráter de informalidade na recuperação do mercado de trabalho sob impactos da pandemia, mas com a taxa de desemprego no maior nível para o período.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta quarta-feira que a taxa de desemprego ficou em 14,2% nos três meses até janeiro, de 14,3% de agosto a outubro de 2020. O quarto trimestre fechou com desemprego em 13,9%.

A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que o desemprego ficaria em 14,1% no período.

O país havia encerrado 2020 com taxa média de desocupação de 13,5%, a maior desde 2012, de acordo com os dados da Pnad Contínua.

Esse resultado foi consequência das medidas de restrição à pandemia da Covid-19, sendo que o mercado de trabalho costuma ser o último a se recuperar em tempos de crise.

O foco agora gira em torno de nova concessão de auxílio emergencial às famílias, bem como nas consequências de restrições mais rigorosas adotadas em muitas partes do país diante do recrudescimento da pandemia neste início de ano.

Nos três meses até janeiro, eram 14,272 milhões de pessoas desempregadas no Brasil, maior nível da série histórica, contra 14,061 no trimestre anterior e 11,913 milhões no mesmo período do ano anterior.

Já o total de pessoas ocupadas apresentou alta de 2,0% no período sobre agosto a outubro, alcançando 86,025 milhões, na maior expansão para um trimestre encerrado em janeiro, segundo o IBGE. Mas em relação ao mesmo período do ano anterior, o contingente despencou 8,6%.

“Baseado nos dados de janeiro, a gente percebe a manutenção de um processo de recuperação impulsionado por comércio, alguns serviços e por meio do trabalho informal. Mas com a ressalva de que temos dois terços do fim de 2020”, explicou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy. .

“O cancelamento do Carnaval pode influenciar o mercado e ainda tem pela frente o mês de março, com novas medidas de restrição e isolamento. Não tem como dizer ainda que o pior ficar para trás”, destacou.

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Mas a melhora no número de ocupados ainda se deveu à informalidade no mercado de trabalho. Os empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada tiveram ganho de apenas 0,1% no trimestre até janeiro sobre agosto a outubro, alcançando 29,792 milhões, enquanto o contingente daqueles que não tinham carteira assinada chegou a 9,809 milhões, um avanço de 3,6%.

“A perda de força no crescimento da ocupação vem principalmente da menor expansão na Indústria, no Comércio e na Construção”, disse Beringuy.

Entre os dez grupos de atividades pesquisados pela Pnad Contínua, apenas três mostraram crescimento da ocupação no trimestre até janeiro.

Houve aumento de 4,8% no número de ocupados dos Serviços domésticos, enquanto o aumento do setor da Agricultura foi de 2,7%.

O setor de Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas registrou aumento de 3,1%.

Entre novembro e janeiro, o rendimento médio real dos trabalhadores foi de 2.521 reais e de 2.597 reais entre agosto e outubro apontou o IBGE.

Segundo dados do Ministério da Economia, o Brasil abriu 401.639 vagas formais de trabalho em fevereiro, em desempenho puxado pelo setor de serviços.

(Atualizado às 11h56)