Brasil tem 68 milhões de endividados; 59% não sabem quanto devem, afirma Serasa
O Brasil registrou 68,39 milhões de pessoas endividadas em setembro, mostrou o Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil, elaborado pela Serasa em parceria com o Instituto Opinion Box.
Esse é o nono aumento consecutivo no número de inadimplentes do país, apontou a pesquisa, elaborada com mais de 5 mil entrevistados da base de endividados da Serasa.
O principal motivo para o endividamento ainda é o desemprego no país. Ainda que esse dado esteja em queda na comparação anual, essa ainda é a opção respondida por 29% dos entrevistados.
Esse é um percentual menor em relação aos anos anteriores, em 2020, 40% das respostas escolhiam o desemprego como o principal motivo para as dívidas.
“Ainda que as taxas de desemprego estejam caindo, esse impacto não é imediato na inadimplência”, avalia Matheus Moura, diretor de marketing da Serasa. “Os consumidores que conseguem um emprego precisam de um tempo para se organizar financeiramente, voltam a pagar as contas básicas, para então quitar suas dívidas”, completa.
Depois do desemprego, o segundo motivo que mais impactou o aumento das dívidas no Brasil é a alta da inflação, que corroeu o poder de compra dos consumidores.
Na sequência, o cenário econômico nacional como um todo é o terceiro motivo que mais favoreceu o aumento da inadimplência, apontou o diretor da Serasa.
Anos de dívidas
O número de dívidas com mais de um ano de atraso cresceu pelo segundo ano consecutivo em 2022, 71% dos endividados têm atrasos de mais de um ano. Em 2020, esse número era de 62%.
Além disso, há uma taxa alta de desconhecimento em relação ao valor da dívida.
A pesquisa da Serasa mostrou que 59% dos entrevistados desconhecem os valores das tarifas e juros que incidem sobre os valores que não foram pagos.
O percentual de pessoas que sabem o valor de juros e das tarifas representa 25% dos endividados.
“É muito comum perceber pessoas que já nem sabem o quanto devem, que chegam para consultar esses valores”, explica Matheus Moura.
Segundo o diretor da Serasa, esse cenário é algo herdado do sistema bancário de antigamente, quando as pessoas precisavam ir nas agências físicas para se informarem do valor devido, as tarifas e os juros.
Atualmente, os consumidores conseguem verificar os valores das suas dívidas de forma gratuita e em tempo real no site da Serasa.
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