Brasil supera EUA em compra de máquinas agro, diz chefe da Deere
Ficou mais caro produzir tratores. Mas, felizmente para fabricantes como a Deere, a forte demanda no Brasil suaviza o golpe, segundo Antonio Carrere, que dirige as operações da gigante americana na América Latina.
A demanda por alimentos superou a oferta em meio à redução dos estoques globais, clima adverso para as colheitas e turbulência no transporte causada pela pandemia e pela guerra na Ucrânia. Isso aumentou os lucros de produtores e, por consequência, a demanda por máquinas agrícolas.
“Os custos de produção de máquinas têm aumentado significativamente devido à alta de preços ou desafios de logística e cadeias de suprimentos globais”, disse Carrere em entrevista. “Mas a demanda global por alimentos continua a ser maior do que os desafios que temos enfrentado.”
O Brasil, maior fornecedor mundial de soja, açúcar e café, se tornou o maior mercado para máquinas de colheita e plantio no ano passado, após agricultores brasileiros comprarem mais do que produtores americanos, disse Carrere, que assumiu as operações latino-americanas da Deere em novembro. O apetite por tecnologia no país é “enorme” e vai continuar.
“O Brasil foi chamado a aumentar a oferta de alimentos devido a circunstâncias de curto prazo – a guerra e os efeitos da pandemia”, disse ele.
“No longo prazo, o mundo exigirá mais alimentos e fibras, e o único lugar onde é possível aumentar a produção é o Brasil e a América Latina.”