Brasil será solidário a vizinhos no combate ao coronavírus, diz ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, defendeu hoje (6) atuação solidária do Brasil com os países vizinhos nas estratégias a serem adotadas para um eventual combate ao novo coronavírus. Segundo o ministro, o país que requer mais atenção é a Venezuela, mas, com a ajuda da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), será possível avançar nos trabalhos de vigilância e monitoramento.
De acordo com Mandeta, o Brasil é uma referência não só para os vizinhos, mas para o mundo, por conta do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido, o Brasil tem ajudado na capacitação de todos os países vizinhos, bem como de alguns da América Central.
“Temos de ser solidários. O Paraguai, por exemplo, tem muita dificuldade com a parte laboratorial. Nós autorizamos que as amostras de seus pacientes suspeitos sejam rodadas aqui. Argentina e Uruguai têm uma boa estrutura. Nos preocupamos com a Venezuela por conta do desmanche do sistema de saúde deles, que resultou em casos de difteria e sarampo, e que faz fronteira com Roraima, um estado com estrutura de saúde menor e mais frágil’, afirmou o ministro após reunião com secretários de Saúde dos estados e das capitais.
“Por isso, vamos fazer um trabalho de vigilância e monitoramento junto com a Opas, que dialoga com o governo venezuelano”, acrescentou.
Carnaval
Perguntado sobre como ficarão os trabalhos preventivos ao novo coronavírus durante o carnaval, Mandetta disse que as medidas têm de ser estudadas caso a caso. “Não posso comparar o carnaval, por exemplo, de Mato Grosso, com o do Recife. As coisas são diferentes no que se refere à gestão da regulação do sistema.”
Segundo o ministro, a grande maioria dos casos que surgirão durante o carnaval possivelmente será de “resfriados que se autorresolvem”. “Quando o paciente tem percepção de que o resfriado é algo maior, geralmente o aconselhamento é domiciliar. Apenas uma fração da fração da fração vai usar um eventual sistema hospitalar. É com esse cenário que cada estado ou município fará seu cálculo.”
Mandetta destacou que cabe ao folião ter bom senso na hora de brincar o carnaval, em especial praticando a chamada “etiqueta respiratória”, termo usado para hábitos como os de cobrir boca e nariz na hora de tossir ou espirrar, e depois descartar o lenço no lixo (ou, quando não tiver lenço, usar o antebraço, e não as mãos, devido ao maior risco de contaminar corrimãos e demais objetos); lavar as mãos com frequência; evitar tocar olhos, nariz ou boca sem ter higienizado as mãos; ou usar máscara cirúrgica quando estiver com coriza ou tosse.
“A vida continua. Não somos uma bolha congelada no tempo. Existe o risco? Existe, porque tem lá na China um vírus novo. As pessoas saem de Pequim, vão para Roma, Lisboa; fazem conexões, convivem com pessoas por 10 ou 12 horas dentro do avião. Estamos blindados, sem risco de nunca vir o vírus aqui? Não, porque isso é próprio da humanidade. Se estiver gripado, com febre e nariz escorrendo, evitar o carnaval. Sempre houve mudança de vírus na história da humanidade. Ou nosso organismo criou imunidade, ou a ciência identifica, mapeia geneticamente e então trabalha com testes rápidos para, depois, termos a vacina”, completou.