Quem está a favor ou contra o impeachment de Bolsonaro? Veja a íntegra da pesquisa Datafolha
O país continua dividido praticamente ao meio sobre um possível processo de impedimento ou a renúncia do presidente Jair Bolsonaro, segundo pesquisa Datafolha divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo, que mostra ainda que uma grande maioria é contra o presidente negociar cargos e verbas para obter apoio no Congresso.
Tanto no caso de impeachment como no da renúncia, as posições favoráveis ao presidente estão numericamente à frente, mas nos dois casos a vantagem não passa da margem de erro da pesquisa, que é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Questionados, no levantamento feito entre os dias 25 e 26 de maio, se o Congresso deveria abrir ou não processo de impeachment contra Bolsonaro, 50% dos entrevistados disseram que não, enquanto 46% responderam que sim, uma diferença que fica no limite do chamado empate estatístico. Em 27 de abril eram, respectivamente 48% e 45%.
Já em relação à renúncia, 50% disseram que o presidente não deveria renunciar, enquanto 48% se mostraram favoráveis à renúncia. No final de abril eram respectivamente 50% e 46%.
As discussões sobre um possível processo de impeachment contra o presidente ganharam fôlego após a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, que acusou Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tem a prerrogativa de dar andamento a eventual pedido de impeachment contra o presidente da República, vem dizendo que esse não é o momento para se discutir isso.
A pesquisa Datafolha mostrou também que 67% consideram que Bolsonaro age mal ao negociar cargos e verbas com deputados e senadores para garantir apoio no Congresso, enquanto 20% avaliam que ele age bem. Para 2%, o presidente não está negociando cargos e verbas.
Embora uma das bandeiras de sua campanha eleitoral fosse as críticas ao que chama de velha política, Bolsonaro lançou mão, nas últimas semanas, da antiga abordagem de oferecer cargos a partidos como o PP, PRB e o PL, que formam o chamado centrão.
Além de ser importante para a aprovação de projetos de interesse ao governo, Bolsonaro precisa de uma base no Congresso para impedir que um eventual processo de impeachment prospere ou mesmo para rejeitar a autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) processá-lo em caso de denúncia do procurador-geral da República.
A pesquisa mostrou ainda que 64% acreditam que Bolsonaro não está cumprindo a promessa de não negociar cargos e salários em troca de apoio, enquanto 29% avaliam que ela está sendo cumprida.
O Datafolha ouviu 2.069 brasileiros adultos que possuem telefone celular em todas as regiões e Estados do país.
Veja a pesquisa: