Brasil se destaca em um mundo enrolado com inflação alta, avalia XP
Na semana passada, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) realizaram suas reuniões anuais em Washington, nos Estados Unidos. E se tem algo que os economistas concordam é que a inflação veio para ficar.
De acordo com um relatório da XP, o pico da inflação está próximo, embora tenha chegado mais cedo em algumas regiões do que em outras.
“Vimos um grande consenso de que, embora a redução da inflação para um patamar entre 4% e 5% nos países desenvolvidos seja relativamente ‘fácil’ de acontecer, a próxima etapa de redução, até 2%, será muito mais difícil”, afirma.
Para isso, os bancos centrais precisam elevar mais as taxas de juros, o que pode levar as economias para a beira de uma recessão. No entanto, parte das autoridades monetárias da América Latina e, especialmente o Brasil, aparecem à frente da curva.
“O histórico de inflação na América Latina levou os bancos centrais da região, como no Brasil, a iniciar o aperto monetário antes dos países desenvolvidos. Com isso, a América Latina está agora mais adiantada no ajuste monetário”, aponta a XP.
Isso, segundo o banco, está atraindo investidores para a região.
Corte na Selic
O questionamento que não deixa o radar do mercado é de quando o Banco Central brasileiro começará a cortar a taxa básica de juros, que hoje está em 13,75% ao ano.
A expectativa é de cortes na Selic já em março. No entanto, o Banco Central reconhece que o núcleo da inflação e a inflação de serviços permanecem altos, apesar da recente deflação.
“O Banco Central reforça a mensagem de que manterá as taxas inalteradas por um período ‘prolongado’ até que o núcleo da inflação e as expectativas de inflação fiquem abaixo da meta. O aperto monetário agressivo nos bancos centrais desenvolvidos também é algo a ser considerado pelo BC.”
Risco global
A XP, por outro lado, destaca que a região da América Latina não está isolada, e os riscos de uma recessão global profunda e uma escalada de riscos geopolíticos precisam ser monitorados de perto.
Um número cada vez maior de economistas e participantes do mercado estão agora esperando uma recessão nos próximos 12 meses como o “cenário base”.
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