Brasil se consolida em 2º lugar do ranking de países com os maiores juros reais do mundo
A Rússia voltou a ocupar a liderar o ranking mundial de juros reais em março, mesmo após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevar a taxa básica de juros do Brasil (Selic) em um ponto percentual, a 11,75%.
O aumento da taxa é uma resposta à escalada da inflação brasileira, que atingiu em fevereiro o nível mais elevado para o mês (1,01%) em sete anos. No acumulado em 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu para 10,54%.
A Rússia retorna ao primeiro lugar da lista, elaborada pela MoneYou e Infinity Asset Management, após o banco central do país elevar ao fim de fevereiro os juros de 9,5% para 20% como medida de emergência para sustentar a economia local.
Na ocasião, o BC russo disse que “condições externas para a economia russa mudaram drasticamente”. A instituição se referia à enxurrada de sanções impostas por países do Ocidente após o presidente russo Vladimir Putin autorizar o envio de tropas militares em direção à Ucrânia.
Em fevereiro, o Brasil era o líder do ranking. Agora, com a revisão da Selic, os juros reais do país atingiram 7,1% (contra 30,07% da Rússia).
A taxa de juros real abate a inflação prevista para os próximos 12 meses, e é considerada uma medida melhor para comparação com outros países.
Além de Rússia e Brasil, o ranking é formado por Colômbia, Chile e México, com juros reais de 3,65%, 3,64% e 2,62%, respectivamente. Os Estados Unidos, que iniciaram o ciclo de elevação da taxa de juros nesta quarta, estão na trigésima quarta posição, com juros reais em 4,28%.