Brasil precisa de resultado concreto na queda do desmatamento, diz Mourão
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira que o principal problema levantado por empresários durante reunião por videoconferência sobre a política ambiental do governo é o desmatamento, e que a questão estará resolvida se o Brasil apresentar resultado concreto na proteção da floresta.
“O maior problema que foi expressado por todos é a questão do combate ao desmatamento. Na realidade, o que acontece, vamos ser muito claros: se nós apresentarmos resultados concretos de queda do desmatamento, está resolvido o problema. A coisa é simples”, disse Mourão em entrevista a jornalistas após a reunião.
Participaram do encontro por videoconferência com o vice-presidente, que também é presidente do Conselho da Amazônia Legal, representantes de empresas como Natura (NTCO3), Suzano, Shell, Cargill, Marfrig (MRFG3), Itaú (ITUB4) e Vale (VALE3).
Estas e outras empresas pediram nesta semana, em carta enviada a Mourão, providências urgentes contra o desmatamento ilegal e alertaram contra o impacto que a questão ambiental tem na imagem e nos negócios do Brasil no exterior.
O ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira da Árvore (Ibá), disse que “as mais altas autoridades do país terminam a semana conscientes de que precisam agir com urgência para debelar o desmatamento, as queimadas, o garimpo e a grilagem ilegais da região amazônica”.
“Cuidar da Amazônia é interesse do Brasil e dos brasileiros”, acrescentou.
Os números do desmatamento do mês de junho, revelados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta sexta, mostram que o desmatamento continua acelerando no país pelo 14º mês consecutivo. Em relação a junho de 2019, quando a retirada e mata nativa já havia batido recordes, o avanço foi de 10,7%.
Nos primeiros seis meses do ano, a área desflorestada cresceu 25%, chegando a 3.066 quilômetros quadrados.
Na véspera, Mourão participou de videoconferência com fundos de investimento estrangeiros, que também enviaram carta ao governo, por meio das embaixadas do Brasil, pedindo a abertura de um diálogo com o governo para tratar do desmatamento.