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Brasil precisa de R$ 753 bilhões para universalizar acesso ao saneamento até 2033, aponta KPMG

24 jun 2020, 17:22 - atualizado em 24 jun 2020, 17:22
Saneamento
A pesquisa mostra que atualmente, 36 milhões de pessoas (17% dos brasileiros) não são abastecidos com água tratada (Imagem: José Cruz/Agência Brasil)

O Brasil precisa investir R$ 753 bilhões em saneamento até 2033 para universalizar o acesso ao sistema, de acordo com a pesquisa realizada pela KPMG e ABCON.

“Serão necessários R$ 498 bilhões de novos investimentos para expansão da infraestrutura de saneamento, sendo R$ 144 bilhões em distribuição de água e R$ 354 bilhões em coleta e tratamento de esgoto. Ou seja, R$ 31 bilhões por ano de investimento em saneamento; sendo R$ 9 bilhões por ano para a universalização de serviços de água e R$ 22 bilhões por ano para a universalização dos serviços de esgoto”, informou o documento.

Além disso,  são necessários mais R$ 255 bilhões para a recomposição da depreciação, dos quais R$ 145 bilhões para a recomposição dos ativos já existentes e R$ 110 bilhões para a recomposição dos novos investimentos a serem realizados, totalizando os R$ 753 bilhões citados inicialmente.

A pesquisa mostra que atualmente, 36 milhões de pessoas (17% dos brasileiros) não são abastecidos com água tratada. Outros 101 milhões (48% dos brasileiros), não contam com serviço de coleta de esgoto, e apenas 41% da população tem seu esgoto tratado, ou seja, 124 milhões de pessoas estão sem tratamento de esgoto em nosso país.

De acordo com o levantamento, o cenário se torna ainda mais preocupante quando é considerada a perda na distribuição de água. Em 2018, mais de 38% da água tratada não chegou ao consumidor final.

O Senado Federal está voltando hoje a PL 4.162/2019, o novo marco legal para o setor de saneamento básico para impulsionar investimentos no setor, ou seja, levar o serviço de distribuição de água para 99% da população e o de tratamento de esgoto para 90%, a nível nacional até 2033.

“A crise sanitária causada pela pandemia da Covid-19 evidenciou claramente a importância da universalização do sistema de saneamento nacional. As discussões atuais para a aprovação do novo marco regulatório para o setor são uma ótima notícia para toda a sociedade”, afirma Mauricio Endo, sócio-líder do Setor de Governo da KPMG no Brasil e na América do Sul.

Veja a pesquisa completa: