Petróleo

Brasil precisa dar celeridade a licenciamentos ambientais, diz ANP

29 out 2019, 14:12 - atualizado em 29 out 2019, 14:12
Décio Oddone, diretor-geral da ANP, durante evento no Rio de Janeiro
O chefe da autarquia destacou que, desde 2011, não há novas licenças para perfuração nas chamadas áreas de Novas Fronteiras (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

O Brasil precisa dar celeridade ao licenciamento ambiental no setor de petróleo e gás e buscar soluções para que seja possível explorar áreas fora das bacias de Santos e Campos, afirmou nesta terça-feira o diretor-geral da reguladora do setor ANP, Décio Oddone.

O comentário sobre a questão ambiental ocorre enquanto as praias do Nordeste brasileiro estão sendo atingidas há quase dois meses por petróleo de origem misteriosa. Mas, disse Oddone, o derrame de óleo, que não é brasileiro, não tem relação com tais processos de licenciamentos.

O chefe da autarquia destacou que, desde 2011, não há novas licenças para perfuração nas chamadas áreas de Novas Fronteiras, onde ainda há pouco conhecimento geológico e, em muitos casos, ambiental.

“Nós temos que resolver definitivamente… Ou licita e autoriza a atividade ou nem licita”, afirmou Oddone, ao participar do café de amanhã do congresso internacional OTC Brasil 2019.

Há diversos casos de investimentos de petroleiras em novas fronteiras, para estudos ambientais, por vários anos, mas nenhuma licença foi concedida, como é o caso da área concedida à francesa Total na Bacia da Foz do Rio Amazonas, no litoral do Amapá.

Questionado sobre as soluções que podem ser encontradas, o diretor-geral da ANP afirmou que está mais nas mãos do órgão ambiental federal Ibama, que precisa dar celeridade aos licenciamentos. Ele ponderou que a qualidade e as regras precisam estar garantidas.

Oddone também destacou que a agência está buscando realizar estudos prévios ambientais. Ele revelou que uma área em estudo atualmente é Jacuípe, no sul da Bahia.

A Petrobras (PETR4) informou recentemente que o petróleo que atinge o Nordeste seria de três campos de petróleo venezuelanos, mas ainda não se sabe como o produto foi despejado no litoral.

Para Oddone, o caso não afeta o desenvolvimento da indústria de petróleo no Brasil. “Em primeiro lugar, não foi um vazamento originado no Brasil, não tem nada a ver com operações brasileiras. Aparentemente foi em águas internacionais”, afirmou ele, reiterando tem sido difícil de evitar a mancha de óleo, pois o produto chegou submerso às areias nordestinas.

“Esse derrame que aconteceu agora, até hoje não se sabe a causa a origem, da onde veio, como foi. É difícil combater algo que você desconhece”, disse Oddone. “Eu não conheço um evento como esse tendo ocorrido no mundo.”

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