Mercados

O ‘enorme’ fluxo de estrangeiros que o Brasil pode receber, segundo CEO do Santander (SANB11)

27 ago 2024, 18:59 - atualizado em 27 ago 2024, 20:12
Mario Leão Santander
Os dados recentes mostram que continuamos com uma economia sólida" (Imagem: Divulgação)

O Brasil tem potencial de receber mais fluxo de estrangeiros, destaca o CEO do Santander (SANB11), Mario Leão, na conferência anual do banco realizado nesta terça-feira (27) em São Paulo. Segundo o executivo, o país ficou para trás nos últimos anos e pode, agora, recuperar o tempo perdido.

“O potencial fluxo para vir para o Brasil é enorme. Enorme, provavelmente, porque o país acabou ficando, ao longo dos últimos anos, muito sublocado nos portfólios globais, inclusive dos portfólios da América Latina”

Ainda segundo Leão, possivelmente, o estrangeiro estará, na margem, mais otimista com o Brasil do que o próprio brasileiro. Nas últimas semanas, uma ‘onda’ de gringos aportou na bolsa, sustentando os recordes do Ibovespa. O índice fechou esta na terça-feira em leve queda de 0,08%, após renovar máximas durante o dia.

Segundo dados do Itaú BBA, até 20 de agosto, entraram R$ 4,1 bilhões no mês e R$ 10,8 bilhões desde o pico de resgates em meados de junho.

Oportunidade tremenda e Selic

Ainda segundo o executivo, o país terá uma ‘tremenda oportunidade’ pela frente com a queda dos juros nos Estados Unidos. Na última sexta-feira, durante o evento promovido pelo Federal Reserve, o Jackson Hole, Jerome Powell sinalizou que os juros no país vão cair.

Os dados recentes mostram que continuamos com uma economia sólida, que não está hiperaquecida, apesar de que o emprego, obviamente, está forte. Isso é muito bom em si, mas existe uma preocupação de que esse emprego vai trazer um componente de inflação maior. Mas, por enquanto, está tudo vindo dentro da faixa esperada, o que pode ser uma janela de oportunidade brutal”, discorre.

O CEO diz ainda que não está no cenário base do banco uma alta da Selic, a taxa básica de juros. Nas últimas semanas, inúmeros agentes do mercado passaram a enxergar elevação das taxas diante de dados de inflação e sinalizações do próprio Banco Central, como falas do diretor de política monetária, Gabriel Galípolo.

 “O nosso cenário continua sendo de que temos condições de ver com a acomodação (da curva dos juros), que está acontecendo nas últimas semanas, diria quase um mês. A gente deveria ter uma acomodação que permita o Banco Central não subir os juros”. diz.

Brasil sendo o Brasil

Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual (BPAC11) e também presente no painel, disse que existe uma preocupação de empresários com o futuro, apesar de dados de atividade econômica acima do esperado.

“Essa preocupação vem primeiro se vai ser respeitado o arcabouço fiscal, e aqui, eu, pessoalmente, acho que vai. Você terá um desaquecimento do crescimento de despesas em torno de 10% […] Só que chegou num ponto que, falou-se tanto, que agora os agentes econômicos querem pagar para ver“, afirma.

Apesar disso, Sallouti vê um cenário externo construtivo, enquanto o governo está reagindo, “especialmente no termômetro do câmbio”. O dólar caiu mais de 4% nas últimas semanas.

Então, consequentemente, estão querendo recuperar a credibilidade do arcabouço fiscal, querendo recuperar a credibilidade do Banco Central independente, e isso acho tudo muito positivo”.

Por fim, o executivo afirma que não teremos um cenário tão benigno quanto se era imaginado no final do ano passado, nem um cenário para os próximos 12 meses tão preocupante quanto se imaginou em algum momento do segundo trimestre, quando o Ibovespa perdeu o patamar de 120 mil pontos.É o Brasil sendo o Brasil”.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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