Economia

Brasil pode ter perdido R$ 46 bilhões no PIB; saiba por quê

17 jan 2024, 16:10 - atualizado em 17 jan 2024, 16:10
pib jovens nem-nem CNC
Jovens que estão fora do mercado de trabalho estão impactando o PIB do Brasil, segundo dados da CNC. (Imagem: Reuters/Bruno Domingos)

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a população de jovens que não trabalha e não estuda — também conhecidos como “nem-nem” — poderia ter contribuído com R$ 46,3 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022.

Em 2022, o PIB registrou crescimento de 2,9%, na taxa anualizada, e somou totalizou R$ 9,9 trilhões. O período foi marcado por um avanço no setor de Serviços, seguido em menor escala pela Indústria e queda na Agropecuária.

Pelos cálculos, a cada R$ 1 de aumento na renda média do grupo de jovens entre 18 a 24 anos, há impacto médio de R$ 1,6 milhão na atividade econômica do país. O levantamento considera os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o salário médio de contratações do Caged.

A CNC destaca que esse impacto no PIB pode sem maior, dependendo da região. Por exemplo, nos estados do Sudeste, o impacto seria de R$ 5,5 milhões, enquanto nos estados do Norte é de R$ 400 mil.

Quem são os jovens que estão impactando o PIB?

Segundo os dados do IBGE, a população em idade produtiva (15 a 29 anos) e que se encontram em situação de inatividade somou 10,9 milhões em 2022, sendo que, desse grupo, 4,7 milhões de jovens não estavam procurando por um emprego e nem gostariam de trabalhar.

No entanto, vale destacar que esse número ainda estava inflado pelo pós-pandemia. Os últimos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) mostram que, no trimestre encerrado em outubro de 2023,o percentual de desalentados na força de trabalho caiu para 3,1%.

Com isso, o número de pessoas que desistiram de procurar por trabalho caiu 6%, totalizando 3,4 milhões. Trata-se do menor contingente desde o trimestre encerrado em agosto de 2016.

Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, afirma que as razões que afastam os jovens do mercado de trabalho variam, mas a principal são as condições trabalhistas. “Hoje, um salário e um trabalho estável não são mais suficientes para essa geração. Eles precisam se sentir parte do processo e ver a sua marca na geração de valor que a empresa tem”, diz.

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