Brasil pode taxar empresas de tecnologia caso Trump anuncie tarifa de 25% sobre aço e alumínio
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O governo brasileiro pode taxar plataformas digitais norte-americanas em retaliação à tarifa de 25% sobre aço e alumínio, proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, segundo a coluna da Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
Trump disse no domingo (9) que deve anunciar a nova tarifa ainda hoje. O Brasil é um dos países que mais deve ser afetado por essa medida. Dados do governo americano mostram que o Brasil é o segundo maior fornecedor de aço, em volume, para o mercado norte-americano, ficando atrás apenas do Canadá.
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O governo Lula ainda não se pronunciou oficialmente sobre eventuais retaliações ou negociações com o governo Trump.
O “digital tax”, como é conhecida taxação das plataformas digitais — como Amazon, Facebook, Instagram, Google e Spotify —, é uma medida que vem sendo debatida pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCED).
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior também está elaborando um estudo dos setores mais afetados pela guerra comercial dos EUA.
Entenda a relação comercial entre Brasil e EUA
Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil. Em 2024, as exportações brasileiras para os Estados Unidos totalizaram US$ 40,3 bilhões, correspondendo a 12% do total das vendas externas do país. Já as importações de produtos americanos pelo Brasil atingiram US$ 40,6 bilhões, representando 15,5% do total importado.
As exportações brasileiras se concentram em produtos relacionados a commodities, sendo os principais óleos de petróleo bruto e refinado, no valor de US$ 7,6 bilhões; e produtos de ferro e aço, incluindo ferroligas, ferro-gusa, lingotes e outras formas primárias, somando US$ 5,9 bilhões. Juntos, eles representam 34% do total exportado para os EUA.
Já do lado das importações, os equipamentos de geração de energia (principalmente motores e máquinas não elétricos) são a principal categoria, totalizando US$ 7,1 bilhões e representando 18% do total importado.
Além disso, os Estados Unidos continuam sendo uma das principais fontes de Investimento Direto no País (IDP), com um fluxo líquido estimado de US$ 7,1 bilhões em 2024, o que corresponde a 26% do total líquido recebido nessa categoria.
Atualmente, o Brasil já enfrenta tarifas impostas pelos EUA desde 2022. O governo americano aplica uma alíquota média de 8,6% sobre produtos agrícolas brasileiros e uma tarifa reduzida de 1,1% sobre bens não agrícolas. No entanto, cerca de 66% dos bens e 62% do valor total das exportações brasileiras para os Estados Unidos entram no mercado americano sem a incidência de tarifas.