Brasil pode alavancar em US$ 21 bilhões exportações até 2035 com Índia na parceria
A criação de um tratado de livre comércio entre Brasil e Índia poderá resultar em acréscimo cumulativo de US$ 21 bilhões nas exportações brasileiras para a Índia até 2035, favorecendo, entre outros setores, a cadeia açucareira.
O indicador foi apresentado, nesta quarta-feira (26), em webinar internacional promovido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
De acordo com o estudo, a redução das barreiras tarifárias entre os países deverá beneficiar o volume de exportações brasileiras, especialmente em setores como petróleo e gás, açúcar, derivados de minerais como ferro e aço, além do setor químico.
As estimativas foram apresentadas em publicação de autoria do coordenador de Estudos em Relações Econômicas Internacionais do Ipea, Fernando Ribeiro. Segundo ele, as projeções confirmam os benefícios mútuos macroeconômicos caso a proposta de livre comércio seja concretizada.
“A Índia é um parceiro comercial estratégico atualmente na agenda de comércio exterior brasileira. Além de contribuir para um aumento do PIB, as projeções apontam um forte ganho nos indicadores de bem-estar social para a população de ambos os países”, observou.
A aproximação comercial entre Brasil e Índia vem se acelerando desde 2004, quando os países assinaram um acordo parcial, e intensificou-se com os encontros realizados pelos bloco de países conhecido como BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
“A relação comercial entre Índia e Mercosul é bastante limitada no número de setores e produtos, além de fornecer uma pequena margem de benefícios. Esses pontos ainda precisam ser debatidos antes de a proposta avançar”, considerou o coordenador de Intercâmbio e Cooperação Internacional do Ipea, Renato Baumann, que também lançou hoje publicação preliminar com outros pesquisadores do Instituto, intitulada ‘Brazil and India: Peculiar relationship with big potential’.
Já o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, destacou a relevância estratégica da Índia como parceiro comercial no cenário global.
“A convergência comercial entre os dois países vai trazer maior competitividade e participação do Brasil na economia global. É um importante passo e que traz benefícios diretos aos dois países”, avaliou.
Para o embaixador da Índia no Brasil, Suresh Reddy, haveria benefícios socioeconômicos relacionados na aproximação comercial dos dois países.
“A parceria comercial com economias globais é um importante instrumento para promovermos progressos na agenda econômica e social. Acreditamos no potencial da economia brasileira para um acordo bilateral”, analisou.
Os benefícios com a aproximação comercial entre Brasil e Índia também foram reiterados por Joanisval Brito Gonçalves, secretário especial adjunto da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
Segundo ele, as projeções apresentadas confirmam os ganhos macroeconômicos. “Brasil e Índia apresentam uma série de interesses na construção de uma agenda bilateral. Estamos trabalhando intensamente para avançar no acordo comercial”, afirmou.
Na mesma linha, o diretor de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais do Ipea, Ivan Oliveira, afirmou que novos estudos deverão ser realizados pelo Instituto para contribuir com indicadores que possam auxiliar no avanço da proposta.
“O Ipea vem contribuindo cada vez mais como novos estudos e indicadores que possam auxiliar no processo de redução das barreiras tarifárias entre Brasil e Índia”, informou.
Com informações do Ipea