Amazônia

“Brasil não está queimando a floresta”, diz Ernesto Araújo nos EUA

11 set 2019, 21:10 - atualizado em 11 set 2019, 21:10
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O ministro avaliou que as razões apontadas como origem da crise ambiental planetária “não estão corretas” (Imagem: José Cruz/Agência Brasil)

O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, contestou nesta quarta-feira (11), em Washington (Estados Unidos), os conteúdos de relatórios de instituições preservacionistas que atribuem ao Brasil responsabilidade pela crise ambiental do planeta.

Em palestra na Fundação Heritage, que tem sede na capital norte-americana, o chanceler afirmou que o  Brasil “não está queimando a floresta” e que os incêndios “estão na média”. Segundo o ministro, a devastação que ocorre na Amazônia é responsável por apenas “2% das emissões de CO2 em todo o mundo”.

O ministro avaliou que as razões apontadas como origem da crise ambiental planetária “não estão corretas”. “Mesmo que assumamos que a emissão de CO2 controla diretamente a temperatura, o Brasil não é culpado”, disse. Ele acrescentou que, mesmo que as emissões de CO2 fossem diretamente responsáveis pelo aumento da destruição da natureza, “isso não significa que há uma crise de clima”. De acordo com o chanceler, na visão dos críticos, essa explicação “não importa”.

Segundo Ernesto Araújo, muitos dizem que a grande ameaça ao Brasil e a outros países é a “mudança climática”. Para ele, o grande desafio não é a mudança climática e sim a “ideologia”.

Durante a palestra, o ministro afirmou que o Brasil se encontra em uma posição no mundo “em que jamais esteve”. Isso decorre, segundo ele, do processo global que influenciou os brasileiros, que começaram a ir “espontaneamente às ruas”. O ministro afirmou que esse movimento ainda está “crescendo”, porque luta contra a corrupção e contra o sistema econômico e político que não entrega “serviços e oportunidades”.

O chanceler comparou a situação anterior à eleição de Jair Bolsonaro à do país de hoje. Ele afirmou que a economia brasileira era fechada e submissa ao globalismo então vigente.

Hoje, de acordo com o ministro, o Brasil está criando “o amálgama liberal-conservador”. “Liberal no sentido de liberalismo econômico. Nesse amálgama, temos a primeira chance jamais ocorrida antes de fazer funcionar uma economia realmente próspera dentro de uma sociedade saudável e confiante”, completou.

Em publicação no Twitter, o ministro destaca que, durante a palestra, falou sobre “a perda da dimensão simbólica do ser humano, que está na raiz da dominação ideológica contra a qual Jair Bolsonaro e Donald Trump se insurgem e que deturpa o debate ambiental”.

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