Brasil não deve esperar dados altistas de açúcar da Índia. Sempre é ‘mentirinha’
Os produtores de açúcar que costumam embarcar nos dados de produção da Índia é bom que não assinem o relatório divulgado nesta segunda (17). Nova York não caiu (cede a 18,73 c/lp) e não deverá cair nas contas de baixa dos seus colegas indianos.
A Indian Sugar Mills Association (Isma) informou que sua oferta total será de 36,5 milhões de toneladas, de outubro a setembro 23, descontado o “grande detalhe” sobre os prognósticos que a representação industrial do país oferece, safra sim, outra também.
Sempre são superestimados, ou conservadores no início, para finalizarem os ciclos com volumes bem maiores, reflete a Safras & Mercados.
Desse modo, se bater em 38 milhões/t, ou até 40, não será surpresa, assina o analista Maurício Muruci.
Na temporada 21/22, concluída em 38,5 milhões/t, no começo da moagem, em outubro de 2021, a Isma afirmou que seriam 33 milhões/t. E, assim, sucessivamente, até quando em safra ruim, estimada em 27 milhões//t, foi fechada em 33, segundo as contas de Muruci.
Outro ponto levantado, que não ajudará em levantar os preços da commodity, sobretudo quando a safra atual brasileira do Centro-Sul acabar e os embarques indianos ficarem mais cheios, é em relação ao volume de exportações.
A Safras fala que acabará sendo de 12 milhões/t. A Isma já divulgou que serão 8.
Pode até ser até dentro da cota fixada pelo governo, mas a diferença para a perspectiva da consultoria brasileira leva em conta o que acabará saindo com subsídio.
Mesmo que haja notícias de que o governo esteja incentivando a maior produção de etanol, não assinem também, informa a Safras & Mercado.
Para completar, o Brasil vai para um final de safra mais açucareiro, a nova (23/24), a partir de abril também não deve ser diferente – a seguir o cenário de segundo plano do etanol hidratado -, e com maior quantidade de cana para ser moída com as chuvas dando sequência ao desenvolvimento das lavouras.
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