Dia da Saúde Mental: Brasil já vivia epidemia de ansiedade antes mesmo da Covid-19; veja os sinais de burnout
No dia 10 de outubro, esta segunda-feira, é celebrado o Dia Mundial da Saúde Mental. Com a pandemia da Covid-19, burnout e tantos outros assuntos, o tema ganha espaço dentro e fora do ambiente corporativo.
O Brasil, nesse sentido, enfrenta vários desafios. O país é considerado o mais ansioso do mundo, o segundo com maior número de trabalhadores afetados pelo burnout e o quinto no ranking de pessoas com depressão.
A data, que foi instituída em 1992 pela Federação Mundial da Saúde Mental, propõe reflexões sobre saúde mental, assim como faz o Setembro Amarelo, dedicado à prevenção do suicídio.
Para o diretor de desenvolvimento de pessoas da ABRH Brasil e mestre em psicologia social, Luiz Edmundo Rosa, “o problema da saúde mental já vinha se agravando antes da pandemia”.
Epidemia na saúde mental
O Brasil é o país mais ansioso do mundo, como revelou dados de um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2019.
Há 18,6 milhões de brasileiros com diagnóstico de transtorno de ansiedade, o que equivale a 9,3% de todo o país.
A OMS classifica, inclusive, que o país vive uma epidemia de ansiedade, além de ocupar o quinto lugar no ranking de pessoas com depressão.
Já a última pesquisa sobre burnout, por exemplo – de 2019 e realizada pela International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR) – indicava que 72% dos brasileiros sofrem alguma sequela de estresse.
Desses, 32% sofrem de burnout, tornando o Brasil o segundo país com maior número de trabalhadores afetados.
Para Rosa, esse cenário torna a questão da saúde mental absurdamente prioritária para as empresas no dia de hoje, que ainda estão muito aquém do desejado.
Ou seja, as empresas precisam tratar as ações ligadas à saúde mental com muita naturalidade, já que “a vida voltando ao normal não quer dizer que, por parte das empresas, está normal”, afirma.
12 sinais de alerta de burnout
Em 2022, a síndrome de burnout passou a ser considerada pela OMS como doença do trabalho e, “se ocorrer um episódio de burnout dentro de uma empresa, ela pode ser responsabilizada. Há um risco trabalhista“, diz o diretor da ABRH Brasil.
O burnout é uma síntese de várias coisas, explica o especialista que acrescenta, “por ser uma síndrome não há uma causa específica, o que faz com que a pessoa, muitas vezes, não perceba o que tem”.
Como são muitos os sinais de alerta, Rosa lista os 12 mais comuns e podem ser suficientes para se iniciar um processo de ajuda com a orientação profissional de especialistas como psicólogos e psiquiatras.
Os 12 sinais foram colocados em uma escala de risco, divididos nas cores amarelo (leve), laranja (moderado) e
vermelho (grave).
Zona Amarela
1. Elevação da ansiedade: Viver ansiedade é algo normal em nossas vidas, mas quando ela cresce em demasia, e assim permanece, é um sinal de que algo não vai bem;
2. Aumento da irritabilidade: A forma alterada das pessoas reagirem, fora do esperado, com respostas bruscas e agressivas;
3. Alteração do nível de energia: Se alguns passam a chamar a atenção pelo excesso de energia e agitação, outros vivem o oposto, demonstrando cansaço e pouca motivação. Ficam mais quietos e isolados, rejeitando convites de amigos e colegas;
4. Falhas de memória: É o caso de pessoas que começam a se esquecer de horários e compromissos anteriormente assumidos.
Zona Laranja
5. Transpiração excessiva: Se transpiração ocorre acima do normal, e se torna frequente, é um sinal de alerta de que a pessoa está sob tensão. Pode indicar um nível elevado de estresse e a sua dificuldade para relaxar;
6. Insônia crônica: A perda regular do sono é uma séria ameaça à saúde e precisa ser logo corrigida. Podemos perceber pelos sinais cansaço, olheiras, olhos avermelhados, bocejos frequentes e irritabilidade;
7. Alteração de peso: Alguns sob estresse elevado, passam a comer descontroladamente e logo ganham peso. Contudo, há outros que perdem o apetite e emagrecem;
8. Taquicardia e pressão: Sob forte tensão, os batimentos cardíacos e a pressão arterial se elevam a ponto de alguns registrarem taquicardias abruptas e desconfortáveis. Um dos sinais é se sentir cansado e suar em demasia.
Zona Vermelha
9. Angústia profunda: Desconforto generalizado e indefinido com a sensação de vazio ou de que algo grave vai acontecer, respiração ofegante, falta de ar e calor;
10. Sentimento de desesperança: Quando a pessoa sofre de um conjunto de fatores negativos e persistentes, como angústia, insônia, estresse, a sensação de cansaço e desesperança se aprofunda;
11. Perda do sentido da vida: Quando o nível de estresse se agrava e a autoestima cai, tudo pode parecer difícil e sem sentido. Em meio ao desânimo e depressão, a pessoa muitas vezes verbaliza que sua vida não tem mais sentido;
12. Vontade de morrer: Se a depressão atingir um grau máximo, aprofunda a sensação de que não há saída, a não ser morrer. Demanda ajuda urgente, pois o sofrimento pode ser insuportável, com alto risco de vida.
Rosa afirma a importância do diálogo, para evitar situações como essas. Essa abertura começa pelas pelo treinamento das lideranças que assim criam um ambiente seguro para tratar sobre o tema.
É permitir falar sobre de coisas humanas e reais. “O diálogo já gera um grande alivio que gera uma solidariedade. É um aspecto individual, mas ao mesmo tempo coletivo, o coletivo é fundamental no processo de cura”, afirma.
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