Saúde

Brasil investiga 2 casos suspeitos em humanos de doença associada ao mal da vaca louca

11 nov 2021, 13:21 - atualizado em 11 nov 2021, 15:28
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A secretaria disse nesta quinta-feira que os casos investigados são do município de Belford Roxo e de Duque de Caxias (Imagem: Pixabay/Elsemargriet)

A Secretaria Municipal do Rio de Janeiro recebeu do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz, a notificação de dois casos suspeitos de doença priônica, que em situações raras estaria associada ao consumo de carne bovina contaminada por Encefalite Espongiforme Bovina (EEB), também conhecida como “doença da vaca louca”.

Segundo uma nota do órgão municipal, as notificações sobre as suspeitas foram encaminhadas à Secretaria Estadual de Saúde para desenvolvimento de ações.

As suspeitas foram verificadas nos municípios de Belford Roxo e Duque de Caxias.

O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas confirmou, em nota separada, que recebeu dois pacientes “com suspeita de EEB”.

Segundo o instituto, ambos estão internados no Centro Hospitalar para a Pandemia de Covid-19 do INI. Detalhes que possam identificar os pacientes não serão divulgados em respeito à confidencialidade da relação médico-paciente, acrescentou.

Os seres humanos não contraem a doença da vaca louca, mas há fortes dados epidemiológicos que ligam uma rara e fatal doença degenerativa do cérebro humano, chamada Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), com a alimentação de produtos contaminados por EEB.

De acordo com uma fonte com conhecimento do assunto, que pediu para não ser identificada, a investigação é de suspeita de DCJ, caracterizada por provocar uma desordem cerebral com perda de memória e tremores.

Conforme publicação do Ministério da Saúde, as principais formas clínicas de DCJ são esporádicas, o que acontece em 85% dos casos, afetando pessoas mais velhas. Nessa situação não há uma causa e fonte infecciosa conhecida, nem relação de transmissibilidade comprovada de pessoa a pessoa.

Há ainda a forma hereditária de DCJ, entre 10% a 15% dos casos da doença, decorrente de uma mutação no gene que codifica a produção da proteína priônica, e a iatrogênica, que acontece como consequência de procedimentos cirúrgicos, conforme uma publicação do ministério.

Há também a variante de DCJ, uma outra doença priônica, essa sim associada ao consumo de carne e subprodutos de bovinos contaminados.

A notícia é divulgada dois meses depois que o Brasil registrou dois casos “atípicos” da chamada doença de vaca louca em bovinos, um em Minas Gerais e outro em Mato Grosso, o que resultou em um embargo nas exportações para a China desde o início de setembro.

Os casos foram considerados “atípicos” por serem de um tipo espontâneo, e não por transmissão no rebanho.

De acordo com a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), casos “atípicos” não oferecem riscos à saúde humana e animal, e são em geral detectados em bovinos mais velhos.

Mais cedo, a Reuters informou os casos suspeitos com base em duas fontes com conhecimento do assunto.

Procurados, os Ministérios da Agricultura e da Saúde não responderam de imediato a pedidos de comentários.

(Atualizada às 15:28)

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