Economia

Brasil fica em 23º no ranking mundial de melhores e piores regimes de previdência; Veja a pesquisa

21 out 2019, 15:04 - atualizado em 21 out 2019, 16:37
O Brasil por sua vez, caiu duas posições e agora ocupa a 23ª colocação do ranking (Imagem: Pixabay)

A Holanda e a Dinamarca têm os melhores sistemas de pensão no mundo, de acordo com um estudo global que discute como os países estão se preparando para o envelhecimento da população.

Essas duas nações ocupam o topo do ranking do Índice Global de Previdência Melbourne Mercer, publicado nesta segunda-feira, tirando nota acima de 80 pontos para o nível de segurança financeira proporcionado para a aposentadoria. A Austrália ficou em terceiro lugar, com a nota 75.3. Finlândia, Suécia, Noruega, Cingapura, Nova Zelândia, Canadá e Chile completaram a lista dos 10 melhores.

O levantamento com 37 países, onde vivem quase dois terços da população mundial, empregou 40 métricas para avaliar se um sistema gera resultados financeiros melhores para os aposentados, se é sustentável e se goza da confiança da comunidade.

Brasil, por sua vez, caiu duas posições e agora ocupa a 23ª colocação do ranking. A nota geral na pesquisa passou de 56,5 em 2018 para 55,9 neste ano, enquanto no quesito sustentabilidade, que mede a capacidade de continuar oferecendo benefícios no futuro, o país ficou entre os últimos colocados.

“Nossa avaliação é que o Brasil ficou estagnado no ranking. Com a aprovação da reforma da Previdência, o Brasil deve melhorar substancialmente no quesito sustentabilidade, que é sua maior deficiência e no qual está entre os mais mal avaliados do mundo (com pontuação 27,7)”, disse Felipe Bruno, líder de Previdência da Mercer Brasil em nota.

Na análise de dois outros itens da lista, a adequação, que avalia se os benefícios pagos atendem às necessidades da maioria e a integridade, que mede o acesso ao sistema e a forma como é governado, o Brasil ficou com nota 71,8 e 69,8, respectivamente.

O Reino Unido e os EUA ficaram em 14º e 16º lugar, respectivamente. Ambos poderiam aumentar a nota se elevassem a aposentadoria mínima para pessoas de baixa renda, de acordo com o relatório.

O Japão ficou em 31º lugar, o que revela “grandes fraquezas e/ou omissões que precisam ser endereçadas”. Uma das principais recomendações do estudo é subir a idade para aposentadoria pelo setor púbico, à medida que a expectativa de vida continua aumentando. A Tailândia ficou em último lugar e deveria introduzir uma poupança obrigatória mínima para aposentadoria e ampliar a ajuda aos mais pobres, segundo o relatório.

O estudo foi realizado em um momento em que autoridades se deparam com um número maior de pessoas chegando à idade de se aposentar, vivendo mais tempo e precisando de um fluxo constante de renda para se manter. Dados da Organização das Nações Unidas mostram que quase um quinto da população mundial estará em idade de aposentadoria em 2070, comparado a uma parcela de aproximadamente 9% este ano.

“Os sistemas ao redor do mundo estão enfrentando expectativas de vida sem precedentes e crescente pressão sobre os recursos públicos para apoiar a saúde e o bem-estar dos cidadãos mais velhos”, afirmou David Knox, autor do relatório e sócio sênior da Mercer.

“É imperativo que autoridades pensem sobre os pontos fortes e fracos de seus sistemas para garantir resultados mais robustos no longo prazo para os pensionistas do futuro.”

Em muitos países asiáticos, os regimes de aposentadoria melhoraram desde o ano passado, porém o relatório constatou falta de transparência e o fato de os trabalhadores não estarem economizando o suficiente para a aposentadoria em comparação com o resto das nações estudadas.

O levantamento também discutiu o chamado efeito riqueza — a tendência das pessoas a gastar mais quando seu patrimônio cresce. A Mercer concluiu que, à medida que seus ativos previdenciários aumentam, as pessoas se sentem mais ricas e propensas a contrair empréstimos.

“Não é algo ruim”, escreveu Knox no relatório. “A garantia de renda futura a partir de ativos existentes em fundo de pensão permite que as famílias melhorem seus padrões de vida no presente e no futuro.”

Confira o ranking completo: 

(Imagem: Divulgação Mercer)

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