Brasil está posicionado para recuperação robusta e duradoura, diz Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil enfrentou o choque da Covid-19 de forma melhor do que muitos esperavam e está bem posicionado para uma recuperação robusta e duradoura, e afirmou que o governo permanece comprometido em implementar sua agenda de reformas, apesar dos desafios representados pela pandemia.
Em declaração preparada para o Fundo Monetário Internacional em nome de Brasil, Cabo Verde, República Dominicana, Equador, Guiana, Haiti, Nicarágua, Panamá, Suriname, República Democrática de Timor-Leste e Trinidad e Tobago, Guedes também chamou a atenção para a persistência das pressões sobre os preços em vários países e disse que o Banco Central do Brasil tem reagido em linha com seu mandato para trazer a inflação de volta à meta em 2022.
Na terça-feira, o FMI piorou as estimativas para o crescimento econômico do Brasil e elevou de forma expressiva sua projeção para a alta dos preços.
No documento, Guedes lembrou que a economia brasileira caiu menos da metade que o tombo previsto pelo FMI para 2020, em referência à contração de 4,1% ano passado frente a uma previsão da entidade de recuo de 9,1%.
Sobre a inflação, o ministro atribuiu a aceleração da alta de preços no país ao ganho de ritmo da atividade econômica e à combinação entre preços de commodities mais elevados e um dólar mais apreciado frente ao real.
“Mais recentemente, componentes voláteis, como tarifas de eletricidade e preços de alimentos também foram afetados por condições climáticas no Brasil, adicionando mais pressão à inflação”, disse.
As declarações vieram em linha com falas públicas recentes do ministro. Nos Estados Unidos para participar das reuniões do FMI e do Banco Mundial, Guedes expressou otimismo com o crescimento brasileiro e pontuou que as instituições vão errar novamente seus prognósticos sobre o país.
Enquanto o FMI prevê crescimento do PIB brasileiro de 5,2% este ano e de 1,5% em 2022, o Ministério da Economia projeta expansões de 5,3% e 2,5%, respectivamente.
Para a inflação, as estimativas do FMI são de alta de 7,9% neste ano e de 4,0% no próximo, ao passo que o ministério vê IPCA de 7,9% em 2021 e de 3,75% em 2022.