Brasil está ganhando por WO entre emergentes, vê André Esteves

O presidente do conselho do BTG e uma das vozes mais influentes do mercado, André Esteves, vê o Brasil bem posicionado no cenário global. Segundo o executivo, em evento do BTG Macro Day, realizado nesta segunda em São Paulo, “estamos ganhando o jogo de WO”.

“Não está tento competidor para jogar com a gente. Todo grande deslocamento geopolítico tem vencedores e perdedores. E o Brasil pode ser um desses vencedores, seja do ponto de vista climático, seja na forma como vão se reorganizar as cadeias produtivas globais”, explica.

Para Esteves, enquanto a Rússia e o Leste Europeu sofrem com efeitos da guerra, a China, o grande representante da categoria entre emergentes, se tornou “uma barra muito alta para investimentos no ocidente.” O país possui restrições nos  Estados Unidos, por exemplo.

Ainda de acordo com o executivo, a opinião do país, lá fora, é extremamente positiva.

“Se a gente errar, vai errar no fácil. Estamos como uma boa imagem. O investidor, principalmente de longo prazo, não fica no detalhe. Estamos discutindo a ansiedade da semana passada, se vai mexer na meta aqui ou ali. O investidor vê o Brasil com muitos bons olhos”, explica.

No último dia 27,  declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o governo não irá cumprir a meta fiscal provocaram incertezas nos mercados. Porém, o Ibovespa conseguiu recuperar o fôlego com dados do desemprego nos Estados Unidos que ajudaram a afastar a possibilidade de mais juros.

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Brasil neutro

Segundo Esteves, parte dessa boa visão no exterior tem a ver com o mérito do Brasil e parte é um ‘status’ do mundo.

“Acertamos mais do que erramos, e tivemos uma lógica reformista que, tudo indica, aumentou o nosso PIB potencial. Aliado a isso, tem aquilo que Deus nos abençoou, o Brasil é o maior produtor de alimentos do mundo e o maior exportador”, observa.

Aliado a isso, explica, o país também tem a energia mais limpa do G20, e “logo vamos ver barreiras tarifárias e tarifárias com produtos sujos, e o Brasil não está nesse grupo”.

Por fim, o presidente do conselho do BTG destaca que o Brasil é país neutro que consegue se relacionar com todo mundo, desde a China, passando pelo Estados Unidos até a Europa.

“Estamos abertos a todos. Isso é privilégio”, coloca.