Brasil entrará na Opep? O que disse Lula no G20
Atualizada às 16h. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve na Índia até a última segunda-feira (11) para participar do encontro das vinte maiores economias do mundo, o G20.
Após o cumprimento da agenda oficial, o chefe do Executivo concedeu uma coletiva de imprensa, quando foi perguntado se o Brasil poderia integrar oficialmente a Opep, o cartel dos produtores e exportadores de petróleo.
O presidente negou a entrada do Brasil ao grupo que controla 40% da produção mundial da commodity, mas ressaltou que poderá mudar de ideia em um ano. “Eu não posso ser definitivamente contra, depende da circunstância política”, declarou.
A adesão do Brasil à Opep ganhou novo fôlego durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O então ministro de Minas e Energia do Brasil, Bento Albuquerque, esteve em 2021 na Arábia Saudita para tratar, oficialmente, de energias limpas.
Mas segundo reportagem de Jamil Chade de abril, apurada junto a fontes do Itamaraty, o encontro foi utilizado pelos sauditas para sondar a entrada do Brasil na Opep+, como forma de fortalecer o cartel de produtores.
Para Pedro Rodrigues, sócio e analista do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), manter-se longe da Opep é uma decisão acertada.
“Apesar de grande produtor de petróleo, o Brasil não é um grande exportador, devido ao grande mercado consumidor interno. Resolver os desafios desse abastecimento interno do país parece mais importante do que entrar para o cartel”, diz.
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Brasil é o maior produtor de petróleo da América Latina
O Brasil é o principal produtor de petróleo da América Latina desde 2017, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia (AIE).
Nos últimos seis anos, o Brasil não parou de aumentar sua produção de petróleo até atingir a produção de 3,8 milhões de barris por dia em 2022, condição que lhe alça à oitava colocação entre os maiores produtores do mundo.
Nesse contexto do boom petrolífero do Brasil, a AIE projeta que a produção mundial de petróleo aumentará em 5,8 milhões de barris por dia até 2028. Deste total, cerca de 25% virá da América Latina.