Faltam 3 semanas para se começar a saber se o café ficará mais caro com a chegada do mercado climático
A partir da virada de abril, e ao longo de maio, o setor do café começa a ficar mais preparado para o tradicional mercado climático. Para o consumidor, dará para se saber se pagará mais caro ainda.
Com o avanço do outono e as previsões mais próximas do início da colheita, ficará mais claro qual será o reflexo do que está por vir na relação direta com as expectativas da safra, além do balanço global já projetado do café.
Olhando-se apenas o arábica, mais suscetível às geadas e estiagem, por abranger a maior área produtora de risco, a recuperação pode chegar 11% no ciclo 22/23, mas as 38,8 milhões de sacas, ainda ficarão 23% menores que o colhido em 2020, se consolidadas as estimativas da Safras & Mercado. A Conab aponta 38,7 milhões/sc.
Com queda adicional na produção colombiana e déficit de 3,1 milhões de sacas nos estoques registrados pela Organização Internacional do Café (OIC) – em grande medida sob responsabilidade da quebra brasileira em 21/22 -, um novo período de frio intenso, como foi o último no cinturão cafeicultor de Minas e Norte paulista, tem potencial para disparar os preços acima dos níveis recordes vistos até recentemente.
Também não se espera uma recuperação total nas condições logísticas, como aumento do número de contêineres, que vem encurtando a entrega e impactando os preços, apesar da melhora nas últimas semanas.
Em 9 de fevereiro, a cotação do contrato maio, em Nova York, registrou a máxima recorde de 258,35 centavos de dólar por libra-peso e, nesta quarta (6), está em ajuste de mais de 300 pontos de queda, a 227,95 c/lp, às 14h25.
“É necessário seguirmos acompanhando o decorrer da safra, principalmente o período da entrada dos novos cafés, por volta de maio, para termos ideia dos reais impactos que a geada, e, também, a estiagem, ocasionarão no ciclo 2022/23 do Brasil”, explica Eduardo Heron, diretor técnico do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).