Economia

Brasil e Argentina miram em acordo com UE

26 abr 2019, 13:14 - atualizado em 26 abr 2019, 13:14
Entre as questões negociadas, dentro do Mercosul, estão a ampliação da cobertura e redução de valor da tarifa externa comum (TEC)(Imagem:Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Os ministros da Economia de Brasil, Paulo Guedes, e da Argentina, Nicolás Dujovne, se reuniram hoje (26) no Rio de Janeiro para fechar questões bilaterais e, assim, abrir caminho para o fechamento de um acordo do Mercosul com a União Europeia. Depois da reunião, Guedes disse esperar que os dois blocos econômicos possam chegar a um acordo até o final deste ano.

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“Temos uma agenda comum de negociações bilaterais. Esperamos que nos próximos 30 dias, nós cheguemos a um acordo nessas questões bilaterais. Isso facilita muito nossas negociações conjuntas com a União Europeia”, disse o ministro brasileiro. “Isso vai nos permitir fechar um acordo com os europeus que estamos atrasados há décadas”.

Entre as questões negociadas, dentro do Mercosul, estão a ampliação da cobertura e redução de valor da tarifa externa comum (TEC). “A tarifa não pode ser um muro protecionista para isolar o Mercosul da economia mundial. Precisa ser um veículo de integração”, disse o secretário de Comércio Exterior brasileiro, Marcos Troyjo.

Além do entendimento em questões comerciais, os dois países também buscam parcerias na área de infraestrutura, segundo Guedes. O ministro brasileiro disse ainda que o Brasil está disposto a apoiar todos os esforços argentinos para estabilizar a economia do país vizinho. “O ministro Nicolás e o presidente Macri [da Argentina] têm todo o nosso apoio”, disse Guedes.

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Petrobras

Antes da reunião com Dujovne, o ministro brasileiro disse que o governo não pensa em privatizar a Petrobras. “Não tem privatização agora da Petrobras. Não foi isto o que o presidente falou. Ele falou que pela primeira vez está considerando” declarou.

Segundo o ministro, o governo quer quebrar o que ele chama de monopólio duplo, no refino, na produção de gás e nas distribuidoras estatais.

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“A Petrobras é uma grande empresa brasileira. Ela foi ocupada por gente que distorceu as suas funções naturais. O que nós vamos fazer é devolver a Petrobras a sua atividade cor, que é justamente a exploração do petróleo. O resto, inclusive os monopólios, nós queremos tirar”.

Guedes disse que vem conversando com governadores para o que chama de choque de energia barata. Este choque tem um prazo máximo de 60 dias para ser implementado, através de medidas normativas. O ministro revelou que os governadores de Rio de Janeiro e Espírito Santo já aderiram à ideia e que, no momento, mantém conversas com os governadores de Minas Gerais e São Paulo.

“A ideia de você levar o gás para as famílias brasileiras, pela metade do preço e você reindustrializar o gás em cima da energia barata é algo extremamente atraente para todos nós”, declarou.