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Brasil e Argentina fecham acordo de R$ 600 milhões para exportações sem yuan, com garantia do BB e BNDES

29 ago 2023, 10:01 - atualizado em 29 ago 2023, 10:01
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Haddad costura acordo sem comprometer as reservas em yuan do país vizinho, que inicialmente estaria no tratado de exportações (Foto: Governo Federal)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, firmaram um acordo de R$ 600 milhões na segunda-feira (28) para financiar as exportações do país vizinho.

O acordo surge de uma cooperação entre Banco do Brasil (BBAS3), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF).

A iniciativa ainda precisa de aprovação do conselho gestor do CAF, que se reunirá no dia 14 de setembro.

“A equipe da Fazenda tinha estruturado uma operação menor do que US$ 600 milhões, algo em torno de US$ 140 milhões, que tinha como fundamento a garantia em yuans de exportações brasileiras. Quando a Argentina dispõe de reserva em yuan para garantir exportação brasileira, oficialmente as reservas da Argentina diminuem. A Argentina, com apoio do CAF, não precisa abrir mão dessas reservas para garantir as exportações”, declarou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após a reunião.

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Papel do Banco do Brasil

Em viagem à África na última semana, Haddad explicou que havia enviado ao governo argentino uma proposta de acordo para assegurar a continuidade de exportações de alimentos e peças de carros entre Brasil e Argentina.

Assim, a ideia, segundo o ministro, é que, quando o exportador brasileiro vender para a Argentina, ele será pago pelo Banco do Brasil, que receberá a garantia do CAF.

“Dessa forma, o BBAS3 deve garantir as exportações e o CAF entra com uma contragarantia para o Banco do Brasil. Existe a possibilidade de a gente nem precisar acionar o Fundo Garantidor de Exportação. Seria uma operação nova que viria ao encontro dos interesses de restabelecer o fluxo de comércio bilateral”, disse Haddad

Frota fluvial

Sergio Massa pontuou que a conversa com o presidente Lula também abordou o aumento de trocas fluviais entre os países, interrompidas na gestão anterior, e a renovação do acordo São Borja (Brasil)-Santo Tomé (Argentina).

Em julho, o Governo Federal, por meio do Ministério dos Transportes, renovou o contrato de concessão da ponte internacional que liga as duas cidades, garantindo regularidade das operações e atendimento aos usuários.

Dessa maneira, o acordo permitirá a permanência da concessionária Mercovia S.A. como gestora do empreendimento – importante entreposto comercial entre os países – por mais 12 meses.

“O acordo nos permite seguir administrando a facilidade logística na zona que move 60% do comércio bilateral”, reforçou Massa.

Ainda de acordo com o ministro argentino, o convite para que a Argentina integre o BRICS foi um enorme passo. “Uma proposta e iniciativa que se deu por causa do presidente Lula. Os argentinos entenderam a importância da parceria comercial entre o Brasil e a Argentina”, finalizou.