Brasil desenvolve primeiro açúcar mascavo rastreado com tecnologia blockchain
O primeiro açúcar mascavo dotado de um sistema de rastreabilidade baseado em blockchain, tecnologia de ponta capaz de atestar a transparência e a integridade das informações do produto, começa a chegar às prateleiras das lojas e supermercados, a partir do mês que vem.
Por meio de um QR Code estampado na embalagem, qualquer pessoa poderá verificar as informações sobre a origem e o processo de fabricação do açúcar, informa a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agricultura Digital, cuja equipe de especialistas trabalhou ao longo de três anos no desenvolvimento do Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade (Sibraar).
A tecnologia foi customizada para o açúcar mascavo e validada na planta agroindustrial da Usina Granelli, parceira no projeto-piloto. Agora, a empresa será a primeira licenciada a comercializar o produto rastreado, que vai levar o selo Tecnologia Embrapa. O açúcar mascavo é valorizado no segmento de produtos naturais e saudáveis, mas ainda sofre com casos de adulteração.
Segundo a Embrapa, o sistema foi introduzido no processo de produção neste mês de junho, dando início aos primeiros lotes com rastreabilidade via blockchain. Pelo contrato de licenciamento, uma porcentagem das vendas será revertida para a Embrapa na forma de royalties. O desenvolvimento do projeto também contou com o apoio da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana).
O sistema da Embrapa foi concebido inicialmente para o setor sucroenergético, mas pode ser customizado também para a agroindústria vinculada a outras cadeias agrícolas, como a de grãos.
Para o pesquisador Alexandre de Castro, líder do projeto, tem crescido a exigência de mercados consumidores internos e externos por alimentos mais seguros e sustentáveis.
A rastreabilidade é fundamental para levar ao consumidor final maior conhecimento sobre a procedência e o processo de produção e para garantir a competitividade do produto brasileiro. “A adoção de ferramentas com tecnologias do tipo blockchain embarcadas surge como alternativa importante para atender esse mercado uma vez que possibilitam que cada lote fabricado receba uma assinatura digital única para criar uma trilha segura de auditabilidade dos dados”, explicou.
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