Brasil cresceria 42% mais, sem Argentina, Brumadinho, EUA e China
O Brasil cresceria 42% mais neste ano, se não fosse atrapalhado por três fatores que escapam ao controle do governo. Em sua apresentação à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, nesta terça-feira (19), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comparou o crescimento esperado para o PIB com e sem o impacto da crise argentina, do rompimento da barragem de Brumadinho (MG) e da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.
Sem esses fatores, o país poderia crescer até 1,59%. É verdade que não é nenhuma maravilha, mas já seria uma ligeira aceleração, em relação à alta de 1,1% registrada no ano passado. Mas, com a pressão desses três elementos, a previsão recuou para 0,92%, conforme o último Boletim Focus do BC. Assim, a projeção deste ano é apenas 58% do que seria sem esses contratempos.
Entre os três vilões do PIB brasileiro, a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China é o principal. A desaceleração da economia global, causada sobretudo pela briga entre americanos e chineses, retirou 0,29 ponto percentual da expectativa de alta do PIB verde-amarelo.
Lamaçal
Em segundo lugar, ficou o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, em 25 de janeiro. A interrupção das atividades da mineradora, num país que vive basicamente de exportar commodities agrícolas e minerais, subtraiu mais 0,20 ponto percentual da estimativa do PIB.
Já a crise econômica da Argentina, uma das maiores consumidoras de produtos industrializados do Brasil, reduziu a expectativa do PIB em 0,18 ponto percentual.
Apesar dos contratempos, Campos Neto afirmou, em sua apresentação aos senadores, que as condições continuam favoráveis ao crescimento do país. A estimativa do BC é de que o PIB avance 2,2% no ano que vem.
Veja a íntegra da apresentação de Campos Neto à CAE do Senado.