Brasil começa a sair do “Dilmanomics” e já aponta para um rumo sustentável
O Brasil está sendo “desmamado” dos efeitos trágicos da Nova Matriz Econômica criada no governo Dilma Rousseff em 2011, o “Dilmanomics”, e avançando para uma economia normal, mas que ainda não sabe como lidar com juros baixos, estabilidade, e viés pró-mercado.
O tema foi alvo do economista-chefe do UBS, Tony Volpon, que analisou as possíveis implicações da saída da “Grande Recessão (2014 a 2016)” criada por Dilma e o então ministro da Fazenda, Guido Mantega.
“A retirada das políticas de apoio estatal abriu espaço para um modelo baseado no mercado, especialmente em financiamento (veja gráficos abaixo), alocação de recursos por meio de mecanismos de preços e investimento em infraestrutura por meio de concessões. Os dados mostram que a transição está ocorrendo, mas em um ritmo que ainda precisa aumentar significativamente o crescimento”, avalia.
Emissões de dívida corporativa (%)
IPO’s e ofertas de ações (R$ bilhões)
Como avançar?
Segundo o economista, é provável que a “intensidade” da retomada dependa de o quanto as reformas fiscais irão aumentar a confiança na sustentabilidade do crescimento a médio e longo prazo, bem como nas reformas microeconômicas (como reformas tributárias, custos de negócios e riscos regulatórios e legais).
“A falta de reformas pode levar a uma transição “fracassada”, ou seja, níveis muito baixos de crescimento que podem ameaçar o apoio político à transição”, diz Volpon.
Juro
Enquanto a transição está ocorrendo, explica o UBS, é provável que a taxa de juro real de equilíbrio permaneça deprimida (e a taxa de câmbio real fraca), permitindo que o Banco Central reduza ainda mais a Selic. Com o tempo, à medida que o crescimento potencial aumenta, a taxa real de equilíbrio da política deve aumentar.
“Um último ponto de comparação: o atual tipo de crescimento é muito mais sustentável do que o observado no passado recente. Pode-se argumentar que o alto crescimento observado entre 2003-10 foi devido a uma bolha insustentável de commodities, e o período da Nova Matriz Econômica de 2011-14 levou a uma bolha fiscal insustentável. Hoje, por outro lado, embora o crescimento possa ser baixo, todos os principais fatores parecem sustentáveis”, conclui.