Economia

Brasil caminha rapidamente para o território inexplorado do juro zero, afirma Goldman Sachs

06 maio 2020, 22:47 - atualizado em 06 maio 2020, 22:55
Zero
“Pode acontecer que o novo território seja favorável ao mercado e hospitaleiro, mas não saberemos até que operemos lá um pouco”, explica o economista Alberto Ramos (Imagem: Unsplash/ @bernardhermant)

O Brasil caminha rapidamente para “um território financeiro inexplorado com taxas reais nulas”, avalia o Goldman Sachs em um relatório enviado a clientes na noite desta quarta-feira (6) e obtido pelo Money Times.

A análise assinada pelo economista-chefe para a América Latina, Alberto Ramos, foi distribuída após o Banco Central implementar um corte de 75 pontos-base na taxa Selic, enquanto o mercado estimava um movimento de 50 pontos-base, levando-a para o nível inédito de 3%.

“A economia nunca operou em tal ambiente. Pode acontecer que o novo território seja favorável ao mercado e hospitaleiro, mas não saberemos até que operemos lá um pouco”, ressalta.

Alberto Ramos
Alberto Ramos, do Goldman Sachs, projeta mais um corte na Selic na próxima reunião do Banco Central em junho

O que esperar adiante?

Ramos entende que os sinais indicam mais uma queda final na próxima reunião (17 de junho) de até 75 pontos-base, dependendo da evolução do cenário fiscal e macro, e que as chances de um recuo de 50 ou 75 pontos-base são muito parecidas, com algum risco inclinado aos 50.

“Em nossa avaliação, mais do que crescimento e inflação, serão os desenvolvimentos nas contas fiscal, cambial e de capital que serão essenciais para determinar se o Copom cortará outros 75 ou menos”, diz Ramos.

O último levantamento do Banco Central, com 119 economistas, projeta a inflação oficial (IPCA) em 1,97% no final de 2020. A depender dos próximos sinais da economia, a Selic poderá chegar no final do ano muito perto disso, entre 2,25% ou 2,5%.

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