Brasil

Brasil cai em ranking latino de combate à corrupção pela terceira vez consecutiva

22 jun 2022, 12:07 - atualizado em 22 jun 2022, 12:07
Brasil corrupção
Em 2021, o Brasil esteve na sexta posição, com uma pontuação de 5,07 no combate à corrupção, uma queda de 6% na pontuação (Imagem: Reprodução/Depositphotos)

O Brasil pontuou 4,76 e ficou na décima posição em 2022 no Índice de Capacidade de Combate à Corrupção (CCC), que avalia a capacidade de prevenir, detectar e punir a corrupção em 15 países da América Latina.

Em 2021, o país esteve na sexta posição, com uma pontuação de 5,07, o que representa uma queda de 6% na pontuação nacional.

Segundo o relatório, as instâncias Judiciárias  (Supremo Tribunal Federal e Supremo Tribunal Eleitoral) conseguem se manter independentes, apesar das críticas que Jair Bolsonaro tem feito publicamente a elas.

Contudo, o critério que avalia a independência e eficiência das agências anticorrupção caiu quase 19% este ano, “já que Bolsonaro tem buscado consolidar o controle sobre órgãos que investigam suposta corrupção envolvendo seus aliados”, explica.

Os países foram avaliados em três critérios: Capacidade Legal, em que o Brasil pontuou 4,73; Democracia e Instituições políticas, com pontuação de 3,86; e Sociedade Civil e Mídia, com 6,42 pontos.

Este foi o terceiro ano consecutivo que o país retrocedeu posições no ranking. Em 2019, ano em que o indicador começou a calcular, o Brasil mediu 6,14, e acumula queda de 22% na pontuação total desde então.

O relatório ainda reforça que “resultado eleitoral [de 2022] terá impactos decisivos na capacidade anticorrupção do Brasil nos próximos anos”.

Por isso, conforme avalia o texto, os candidatos devem invocar esse tema, como foi nas últimas eleições, mas “essa mensagem pode não ganhar tanta força entre o eleitorado quanto em 2018”.

Cenário Latino

O primeiro lugar do Índice ficou com o Uruguai, com 7,42 pontos. O país ocupou a posição pela terceira vez consecutiva. Apesar disso, ele teve queda de quase 5% no desempenho, frente o ano de 2021.

O alto desempenho em relação ao seus pares latinos se deve a suas “instituições independentes, sociedade civil ativa e fortes credenciais democráticas”, defende o relatório.

Contudo, a queda no desempenho foi provocada pela eficiência das agências anticorrupção e a capacidade do Uruguai de “combater os crimes de colarinho branco”.

Já o pior desempenho foi da Venezuela, com 1,63 pontos. O país ainda teve uma melhora na pontuação frente ano anterior, de 1,40, em especial no critério de Sociedade Civil e Mídia, que subiu 37%.

O desempenho refletiu a “crescente diversidade e sofisticação dos meios de comunicação online que continuam a denunciar a corrupção do Estado”, explicou.

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