Brasil busca maior fatia em mercado de alimentos halal de mais de US$ 1 tri
O Brasil busca negociar novos acordos comerciais que permitiriam diversificar os produtos agrícolas exportados para países islâmicos para além de itens como açúcar bruto, milho e carne de frango, disse um representante do governo brasileiro durante evento nesta segunda-feira.
Falando na conferência de negócios Global Halal Brazil em São Paulo, o secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais, Flávio Bettarello, disse que o Brasil, como membro do bloco comercial do Mercosul, está em negociações com Indonésia, Líbano e Marrocos para expandir o acesso a esses mercados.
“Há uma preocupação em relação aos tipos de produtos exportados e aos destinos”, disse Bettarello.
A Organização de Cooperação Islâmica (OIC, na sigla em inglês), que reúne 57 membros, importou 190,5 bilhões de dólares em alimentos como trigo, milho, açúcar, arroz, leite e laticínios em 2020, segundo dados da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.
Desse total, o Brasil é responsável por 14,1 bilhões de dólares, mostraram os dados.
Bettarello disse que cerca de metade das exportações do Brasil para os países da OIC vai para apenas cinco nações. Ele citou Turquia, Irã, Indonésia, Arábia Saudita e Bangladesh como os maiores importadores do grupo.
Ele disse que o Brasil continuará buscando acessar novos mercados e diversificar os produtos vendidos, e citou os benefícios de um recente acordo comercial com o Egito.
A mudança reflete o desejo do Brasil de ter uma participação maior no comércio global de alimentos.
O país já é o maior exportador e produtor mundial de carnes halal, incluindo carne bovina e de frango, que são produzidas de acordo com preceitos muçulmanos.
Os muçulmanos gastaram cerca de 1,17 trilhão de dólares para comprar alimentos em 2019, de acordo com o relatório amplamente citado, State of the Global Islamic Economy Report.
Em 2024, os muçulmanos deverão gastar 1,38 trilhão de dólares para comprar alimentos, de acordo com o relatório.