Brasil atrapalha retorno da China à soja dos EUA
A China está abrindo caminho para mais compras de soja americana em um aparente benefício para os agricultores americanos. Há apenas uma coisa no caminho – a oferta brasileira barata.
À medida que Pequim e Washington se aproximam de um acordo comercial inicial, o país asiático teria concedido isenções tarifárias a 10 milhões de toneladas de soja dos EUA. Mas a reação do mercado à notícia foi morna, com pouca alteração nos preços futuros em Chicago. Parte da indiferença dos operadores é explicada pelos preços mais baixos no Brasil.
O país aumentou a sua participação nas importações chinesas de soja durante a guerra comercial, que dura mais de um ano. Mas com os EUA e a China retornando à mesa de negociações, os prêmios de exportação de soja do Brasil caíram 44% desde meados de agosto.
Agora, com os preços de cada exportador próximos da paridade, a China pode escolher o fornecedor. A moeda brasileira mais fraca ajudou a inclinar a balança recentemente para a América do Sul, em detrimento dos agricultores da América do Norte que colheram cerca da metade da safra deste ano.
Para embarques a partir de janeiro, quando os produtores brasileiros começam a colheita, o país é mais competitivo que os EUA, segundo Pedro Dejneka, sócio da MD Commodities, com sede em Chicago. Essa vantagem é ainda mais evidente de fevereiro a abril.
“O fato de a China comprar da América do Sul nos últimos 10 a 15 dias indica ao mercado que os importadores confiarão no que será melhor para seus resultados”, disse Terry Reilly , analista sênior de commodities da Futures International LLC, por email.