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Brasil abre 260.353 vagas formais de trabalho em janeiro, acima do esperado

16 mar 2021, 12:49 - atualizado em 16 mar 2021, 14:33
Carteira de Trabalho Emprego
O setor de comércio, que sofre o impacto mais direto das medidas de isolamento social adotadas para o enfrentamento da pandemia, criou 9.848 postos (Imagem: Carol Garcia/GOVBA)

O Brasil abriu 260.353 vagas formais de trabalho em janeiro, número acima do esperado por economistas e impulsionado por contratações da indústria e do setor de serviços, mostrou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta terça-feira pelo Ministério da Economia.

O Ministério da Economia atribuiu o desempenho favorável em boa medida aos efeitos do programa BEM, que garante uma complementação de renda a trabalhadores de empresas autorizadas a suspender contratos ou reduzir jornadas e salários de forma temporária, e confirmou que o benefício será renovado em breve, com novas regras.

“Nos próximos dias o presidente assina uma MP para continuar protegendo os trabalhadores formais do Brasil”, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, em declarações à imprensa.

Em janeiro, as empresas admitiram 1.527.083 de trabalhadores, número próximo ao observado no mesmo período do ano passado, e desligaram 1.266.730 de pessoas, número inferior ao dado de janeiro de 2020.

O resultado líquido foi o maior saldo de criação de empregos para meses de janeiro da série histórica do Caged, que tem início em 1992, e veio bem acima das expectativas de analistas consultados pela Reuters, que previam a abertura de 122 mil postos de trabalho com carteira assinada no mês.

“Esse resultado só foi possível com a estabilização do mercado de trabalho no Brasil a partir dos programas que foram introduzidos”, disse o secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, em referência ao BEM.

Em janeiro, 3,5 milhões de trabalhadores ainda estavam sob a garantia provisória de emprego do BEM.

A projeção do governo é que esse número caia gradualmente, chegando em agosto a 1,5 milhão de trabalhadores ainda sem poderem ser demitidos em função da primeira edição do programa, no ano passado.

 

Estamos estudando exatamente o seguro-emprego, disse Guedes (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

No primeiro mês do ano houve abertura de vagas em todos os setores da economia, com destaque para indústria (+90.431) e serviços (+83.686), seguido da construção (+43.498) e agropecuária (+32.986).

O setor de comércio, que sofre o impacto mais direto das medidas de isolamento social adotadas para o enfrentamento da pandemia e também é afetado no mês por demissões de trabalhadores temporários contratados no final do ano, criou 9.848 postos.

Em dezembro, o país fechou 93.726 vagas, segundo dado com ajustes de 67,9 mil informado originalmente. O fechamento de postos, que obedece a tendência sazonal, se deu após cinco meses consecutivos de abertura de vagas.

 

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Novo Bem

Guedes reafirmou que, com o BEM, o governo espera oferecer uma garantia de 11 meses aos trabalhadores beneficiados.

“Estamos estudando exatamente o seguro-emprego”, disse Guedes. “Ao invés de esperar alguém ser demitido e pagar 1.100 (reais de seguro desemprego) após a pessoa ser demitida e ter uma garantia de cinco meses, nós queremos uma garantia de 11 meses e onde nós pagamos 500 reais para a pessoa continuar empregada.”

O secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, disse que o governo ainda estuda os detalhes das regras da nova versão do BEM, mas que elas serão bem próximas às adotadas na primeira edição do programa.

“A proposta que se busca é um programa nos mesmos moldes do BEM, com alguns ajustes pequenos, mas que não mudam a ideia da suspensão e redução de jornada”, disse Bianco.