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Bradesco, Itaú, Santander ou BTG Pactual? Saiba qual é o favorito do UBS para 2020

16 jan 2020, 18:35 - atualizado em 16 jan 2020, 18:35
Santander
Santander: crescimento em linha com o mercado não empolga o UBS (Imagem: Gustavo Kahil/ Money Times)

A próxima rodada de divulgação de balanços está prestes a começar. Mais do que prestar contas ao mercado sobre o que aconteceu no último trimestre de 2019, os números serão decisivos para que os analistas ajustem suas expectativas para 2020. No que se refere aos bancos brasileiros, o UBS já tem um claro preferido: o Bradesco (BBDC4).

Em relatório assinado pelos analistas Thiago Batista, Olavo Arthuzo e Philip Finch, o banco suíço lista os motivos do favoritismo. “O Bradesco é nosso nome preferido, devido ao seu valuation mais barato e ao maior crescimento do lucro por ação”, afirma.

Entre os quatro bancos brasileiros acompanhados pelo UBS, somente dois recebem recomendação de compra. Além do Bradesco, a distinção cabe também ao BTG Pactual (BPAC11). Para o Itaú Unibanco (ITUB4) e o Santander Brasil (SANB11), a indicação é neutra.

Eis as razões do UBS para cada recomendação.

Bradesco

Além dos motivos já citados, o UBS observa que o guidance (conjunto de metas que serão perseguidas pelo banco) de 2020 poderá impulsionar o potencial de alta dos papéis. “Acreditamos que os lucros sugeridos no guidance do Bradesco mostrarão um crescimento mais forte que o do Itaú”, diz o relatório.

Bradesco
Bradesco: favorito do UBS para 2020, banco está mais barato que os rivais (Imagem: Gustavo Kahil/ Money Times)

“Devido ao fraco desempenho de seus gastos operacionais (opex) em 2019, o Bradesco tem mais espaço para surpreender nesta linha e também nas provisões”, completa o UBS. O preço-alvo da ação, para 2020, é de R$ 45, o que representa um potencial de alta de cerca de 32% sobre o último fechamento.

BTG Pactual

O BTG Pactual é o outro banco com recomendação de compra, entre os brasileiros, com preço-alvo de R$ 82 – uma alta potencial de 10% sobre a última cotação. O UBS acredita que a instituição obteve novamente um “resultado forte” no quarto trimestre. O balanço deve ser divulgado no início de fevereiro.

Para o UBS, o BTG Pactual está bem posicionado para se beneficiar com o crescimento econômico do Brasil esperado para 2020. Entre os motivos, estão o bom desempenho da área de sales e trading do banco, que envolve produtos como formação de mercado, corretagem e compensação e operações de hedge.

BTG Pactual
Bom momento: BTG Pactual deve lucrar com retomada da economia (Imagem: Money Times)

Somente essa área deve contribuir com um lucro de R$ 809 milhões no quarto trimestre. “Embora em linha com o último trimestre, isso representa um novo para a companhia, na medida em que as receitas locais e externas com corretagem e alocação de ativos se beneficiem com o momento macroeconômico inspirador”, afirma o relatório.

A área de bancos de investimento também deve continuar colaborando significativamente para os resultados. Outro destaque é a expansão do total de ativos gerenciados pelo UBS. As receitas geradas por essas atividades pode ser 8% maior na comparação trimestral.

Santander

A operação brasileira do Santander não empolga os analistas do UBS, que recomendam posição neutra para os papéis, com preço-alvo de R$ 49, o que representa uma alta de 9% sobre o último fechamento.

Contra o banco, pesam alguns fatores. O primeiro é que o crescimento da carteira de crédito não deve se destacar da média de seus rivais. Além disso, o risco médio da carteira deve aumentar, forçando uma alta da provisão com devedores duvidosos. O UBS estima que esta conta suba 3,1% na comparação trimestral e alcance R$ 2,9 bilhões.

Itaú Unibanco

O Itaú Unibanco também não arrancou grandes elogios do UBS, com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 38, o que indica uma valorização de 9,7% sobre a última cotação. Como em relatórios de outras instituições, o UBS destaca o peso negativo do Chile sobre o balanço.

Chile Protestos América Latina
Tensão: crise econômica do Chile atrapalha resultados do Itaú (Imagem: Unsplash/@gcoppa)

“A deterioração do macrocenário no Chile causou um aumento nas despesas do Itaú Chile com provisão de empréstimos perdidos”, afirma o relatório. O documento ressalta, contudo, que a carteira de crédito brasileira não deve apresentar problemas de inadimplência, devido à liberação do saque do FGTS.

O Itaú também deve ser prejudicado por vários eventos pontuais que ofuscarão os lucros gerados pela participação no IPO da XP Inc. e pela revisão do diferimento de taxas e impostos. Somente este último item acrescentará R$ 4,5 bilhões ao lucro.

O problema, segundo o UBS, é que é provável que esses ganhos “sejam completamente absorvidos pelas provisões operacionais”, como processos trabalhistas e cíveis.

Como você já sabe, o passado conta pouco para a avaliação de uma ação. Por isso, o UBS prestará atenção no guidance que o Itaú deve divulgar, juntos com os números do último trimestre. A expectativa, contudo, não é boa.

“Prevemos um crescimento dos ganhos de 2% para o Itaú em 2020, e não descartamos que o guidance do banco seja um pouco menor que nossa expectativa, principalmente no que se refere ao custo de risco ligeiramente maior e margens mais fracas”, diz o UBS.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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