Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil: lucro dos bancos salta 35% no 1º tri; os gigantes acordaram?
Os bancões, que sofreram durante o período mais agudo da Covid-19 devido à alta das provisões – dinheiro reservado para possíveis calotes – agora parecem demostrar alguma reação.
Segundo levantamento da Economática, o lucro dos quatro bancos somados – Itaú (ITUB4), Santander (SANB11), Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4) – saltou 35% no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano passado.
O Bradesco foi o que lucrou mais: R$ 6,515 bilhões. Em seguida vem o Itaú, Banco do Brasil e Santander.
O lucro consolidado no 1º trimestre de 2021 é o segundo maior desde que a série foi criada em 2009. O maior lucro para um primeiro trimestre foi em 2019, com R$ 19,9 bilhões.
De acordo com o analista da Ativa Investimentos, Leo Monteiro, em entrevista ao Money Times, é necessário ter cautela em relação a esse aumento.
O problema está na base de comparação: no primeiro trimestre do ano passado, Itaú, Bradesco e Banco do Brasil elevaram, em muito, seus provisionamentos para se protegerem da crise da Covid.
“De todo o modo, os resultados foram sólidos, com bom controle de custos e de ganho de eficiência, importante para enfrentar os bancos digitais, e com uma margem financeira sólida”, argumenta.
Mesmo assim, os bancos ainda guardam um ponto de interrogação. A grande questão é saber se haverá, ou não, aumentos de provisões.
E isso depende do cenário econômico e do número de casos da Covid. Além disso, o fim do auxilio emergencial pode colocar pressão em algumas linhas dos resultados.
“Apesar do nível de inadimplência ter se mantido estável, é provável que o nível de provisão piore ao longo de 2021”, prevê.
Já as receitas operacionais dos bancões caíram 23,4% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Dinheiro no bolso: e os dividendos?
O volume de dividendos e juros sobre o capital próprio distribuídos no período somaram R$ 18,1 bilhões, o quarto maior em 12 anos.
Monteiro lembra que os proventos do ano passado foram prejudicados pelos lucros menores e as restrições de dividendos máximos em 25%.
“É possível que os bancos voltem a distribuir dividendos próximo aos níveis pré-pandemia com o aumento dos lucros”, completa.