Bradesco ficou atrás dos concorrentes no 2º trimestre, destacam analistas
Analistas de diferentes bancos e corretoras chegaram à conclusão de que os resultados divulgados pelo Bradesco (BBDC4) vieram fracos. Mesmo com uma alta de mais de 60% do lucro líquido recorrente no segundo trimestre do ano, os números ficaram aquém das estimativas, com a linha de seguros decepcionando mais.
Para a Guide Investimentos, o banco reportou resultados menos fortes que seus principais concorrentes, Itaú Unibanco (ITUB4) e Santander Brasil (SANB11), elogiados pelo desempenho no período.
Na avaliação da XP Investimentos, a qualidade do balanço do Bradesco piorou devido aos menores níveis de provisionamento.
“Em nossa opinião, a qualidade geral do resultado piorou à medida que os níveis de provisionamento caíram, apesar da possibilidade de um aumento nos níveis de inadimplência no futuro”, disse.
Otimismo prevalece
Mesmo marcando um trimestre ruim, o Bradesco ainda é um nome defendido pelos analistas. A Genial Investimentos, por exemplo, reiterou a compra da ação do banco, com preço-alvo de R$ 37,20. De acordo com a corretora, o resultado de seguros deve se normalizar com a recuperação da atividade econômica e o avanço da vacinação contra a Covid-19. Entre os bancos, o Bradesco segue como o nome favorito da Genial.
Até a XP, que se decepcionou com os resultados, manteve a classificação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 26.
“Acreditamos que o banco está menos exposto à disrupção do setor bancário devido ao seu ramo de seguros”, explicou a corretora.
O Bank of America e o Safra levaram em consideração o desempenho das demais linhas de negócios do Bradesco.
“Devemos destacar o resultado bastante sólido da área de banking, com bom crescimento da carteira de crédito, qualidade de crédito saudável, recuperação das receitas de serviços e despesas operacionais sob controle”, afirmaram Luis Azevedo e Silvio Dória, analistas do Safra, em relatório divulgado nesta quarta-feira.
Apesar da pressão no curto prazo, o Safra continua com uma visão construtiva sobre o Bradesco. O banco reforçou a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado), bem como o preço-alvo de R$ 32 para 2021.
Também de olho na recuperação econômica brasileira, o Bank of America manteve a indicação de compra.