Bradesco (BBDC4) dispara 13% na semana, mas quanto de dividendo pode pingar? Veja cálculo do UBS-BB
O Bradesco (BBDC4) é um dos destaques dos balanços e da semana, com alta de 13,62%. O banco mostrou recuperação e bateu o consenso do mercado, com lucro de R$ 4,7 bilhões, contra R$ 4,2 bilhões esperados.
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Mesmo assim, BBDC4 ainda acumula queda de 12% no ano. Mas para o UBS BB, os ventos favoráveis devem continuar. Os analistas revisaram para cima o preço-alvo, de R$ 18 para R$ 19 até 2025.
O banco também calculou o tamanho dos dividendos para próximos anos. Segundo o UBS BB, o Bradesco pagará R$ 17 bilhões nos próximos 18 meses, enquanto negocia em um conservador múltiplo P/BV (preço sobre valor patrimonial) no final de 2025 de 1,0x.
Segundo o banco suíço, o Bradesco entregou números com uma combinação de boas tendências de qualidade de ativos e receita líquida sólida.
“Mesmo considerando o cenário macro difícil, as ações do Bradesco registraram uma recuperação material. Acreditamos que a lucratividade do banco pode atingir seu custo de capital no terceiro trimestre de 2025 e, portanto, o banco merece ser negociado mais próximo de seu valor contábil no curto prazo”, afirma.
Ainda segundo o UBS-BB, o momentum de curto prazo deve continuar a melhorar, enquanto os lucros devem se aproximar de R$ 5 bilhões por trimestre na segunda parte do ano.
Após incorporar as cifras do segundo trimestre, o UBS revisou as estimativas de lucros em 5% em 2024 (para R$ 18,9 bilhões), enquanto manteve as estimativas de 2025-26 praticamente inalteradas.
Para o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), o UBS espera uma taxa de 11,6% em 2024, 14,9% em 2025 e 17% em 2026. No segundo trimestre, o banco encerrou o período com retorno de 10,5%.
Na visão do BTG Pactual, os volumes crescentes e um mix mais favorável (mais risco sendo adicionado ao portfólio) levaram a margem financeira líquida de clientes a mostrar uma expansão acima do esperado “Foi a primeira expansão em mais de seis trimestres, o que acreditamos ser um ponto de virada crucial para a ambição do Bradesco de recuperar seu ROE”, afirma.
Enquanto isso, escreve, a margem financeira de mercado/tesouraria foi pressionada por piores resultados de trading (queda de 48% tri/tri para R$ 325 milhões), “embora isso não tenha sido uma surpresa dado o que vimos nos resultados do Santander (SANB11) e a abertura de juros durante o trimestre”.
“Entretanto, as taxas ficaram modestamente acima das expectativas, compensando os seguros mais fracos, e as despesas mantiveram-se em linha. Acreditamos que os resultados devem ser bem recebidos pelo mercado, dadas as expectativas ainda baixas e a melhoria do NII dos clientes e das tendências de qualidade dos ativos”, coloca.
Mesmo assim, o BTG diz que ainda acredita que o Bradesco tem um caminho difícil e muito longo pela frente e “não gostamos de tirar grandes conclusões com base apenas em um trimestre”. O banco nota, porém, que este trimestre apresenta uma “imagem” muito melhor do P&L e do balanço patrimonial em comparação aos anteriores.
O EBT, que o banco considera uma melhor proxy para “poder de geração de lucros”, aumentou 19% em relação ao primeiro trimestre e superou nossa estimativa em 16%. O BTG tem sido um pouco mais construtivo em relação às ações na margem, principalmente devido ao valuation, com a ação caindo 23% no acumulado do ano e sendo negociada perto de 0,8x o valor patrimonial.
“Nossa recomendação neutra permanece, mas acreditamos que a ação tem espaço para superar seus pares no curtíssimo prazo”, conclui.
A Ativa vai pelo mesmo caminho ao afirmar que o grande destaque está na demonstração da capacidade em voltar a crescer, enquanto consegue melhorar a qualidade da carteira de crédito.
“O resultado do Bradesco não é só positivo no trimestre, é principalmente no qualitativo, nos parece um fim do movimento risk off da carteira enquanto a qualidade segue melhorando, o que dá maior confiança nos próximos resultados”, diz.
Para o BBA, os resultados indicam que o banco está no caminho certo para restaurar a rentabilidade, com ação negociada a 8 vezes o preço sobre lucro (P/E). Já o Safra afirma que a qualidade dos ativos foi melhor do que o esperado, confirmando a visão de uma melhoria nas tendências da carteira.
“No geral, vemos o banco apontando para melhores tendências no futuro, o que deverá apoiar as nossas estimativas atuais e representar um potencial risco ascendente para os números e o ROE de 2025. Reiteramos nossa classificação Outperform em uma avaliação barata de 0,84 vezes P/BV (preço sobre valor patrimonial)”, conclui.