Bradesco BBI vê 2 riscos para esta elétrica e crava: Hora de vender
O Bradesco BBI rebaixou a recomendação da Transmissão Paulista (TLRP4) de neutro para venda, mas manteve o preço-alvo em R$ 25.
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Em relatório publicado nesta segunda-feira (22), os analistas Francisco Navarrete e José Cataldo elencam dois motivos para sustentar o pessimismo:
- a provável redução do reembolso da RBSE (Rede Básica do Sistema Existente) pela Aneel — o cenário base implica em um menor VPL, equivalente a 8% do valor de mercado da CTEEP, levando a uma potencial reversão pontual e não caixa superior a R$ 1 bilhão, que poderia prejudicar resultados financeiros e dividendos;
- talvez Eletrobras (ELET3) esteja pronta em breve para anunciar e vender aproximadamente R$ 5,3 bilhões em ações TRPL4, equivalente a 1,1x o free float (excluindo a Eletrobras);
Os analistas dizem ainda que nas próximas semanas, a Aneel deverá anunciar a revisão da RAP/receita do contrato de transmissão 059 da CTEEP que será aplicada em julho.
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“Essa revisão da RAP/receita provavelmente já está precificada, mas no anúncio, achamos que os investidores (principalmente os de varejo) poderão ser surpreendidos por uma manchete negativa”, discorrem.
Aumento do endividamento
Para os analistas, a alavancagem está aumentando lentamente, mas com os elevados compromissos de investimentos, a relação Dívida Líquida/Ebitda da CTEEP deve subir de 2,4x em 2023 para 3,1x em 2024, e ainda mais para 3,7x em 2025 para 4,2x em 2026, o que pode levar a empresa a reduzir o pagamento ou a fazer um follow-on (oferta de ações).
Não bastasse isso, o BBI vê a ação cara, negociando a uma exigente TIR (taxa interna de retorno) real implícita de aproximadamente 6,1% (apenas 0,1 pp maior que o rendimento real dos títulos de longo prazo do Tesouro Direto).
“A TRPL4 tem o segundo maior valuation dentro da nossa cobertura, atrás apenas de TAEE11”, argumenta.
Na opinião dos analistas, a resiliência de seus fluxos de caixa justifica um prêmio, “mas isso também ainda é verdade em nossa atual estimativa de preço-justo de R$ 22,5 (11% de downside), impulsionada por uma taxa de desconto de 7,5% e implica um rendimento alvo de 10% e 9% para o para 2024 e 2025”.
Bradesco não é o único a desconfiar de Transmissão Paulista
O gestor Guilherme Motta, responsável pela gestão do fundo Studio Long Biased, também não parece muito animado com a tese de algumas elétricas na bolsa, em especial Taesa (TAEE11), Engie (EGIE3) e Transmissão Paulista.
Juntas, essas companhias são figurinhas carimbadas em carteiras de dividendos de corretoras e bancos pelos gordos dividend yields (retorno de dividendos) e receitas previsíveis.
Porém, Motta diz que as empresas podem pagar menos proventos que os investidores esperam. E, justamente por disso, o gestor ‘shorteou’ os papéis, isso é, apostou na queda das ações. As falas ocorreram no episódio do podcast Market Makers.
No caso da Transmissão Paulista, Motta vê a venda da participação da Eletrobras, que tem mais de 50% dos papéis preferenciais, na empresa como um risco para os papéis.
“Achamos que ação tem bastante espaço para cair, mais de 30%. É bem relevante. Isso deve acontecer em algum momento. E achamos que os dividendos serão cortados. A Engie Brasil também estamos shorts nessa ótica de dividendos cortados”, completa.