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Bradesco BBI reduz projeções para o petróleo e aponta ação preferida no setor

24 abr 2025, 16:02 - atualizado em 24 abr 2025, 16:07
petróleo
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O Bradesco BBI revisou para baixo suas estimativas para os preços do petróleo Brent nos próximos anos, refletindo a crescente incerteza no mercado global em meio à guerra tarifária iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O banco cortou suas projeções para o Brent em 2025, 2026 e 2027 para US$ 67, US$ 64 e US$ 65 por barril, respectivamente, ante previsões anteriores de US$ 76, US$ 73 e US$ 68.

Para 2025, as estimativas trimestrais foram ajustadas para US$ 76, US$ 66, US$ 64 e US$ 62. Nesta quinta-feira, o Brent era cotado a US$ 65.

Apesar do corte, o Bradesco BBI não rebaixou recomendações de investimento, justificando que as empresas sob sua cobertura possuem balanços sólidos e capacidade de adaptação a preços do Brent até US$ 50 por barril.

O banco segue com preferência pelos players brasileiros offshore de ciclo longo, com destaque para Petrobras (PETR4) e Prio (PRIO3).

Efeito Trump

O Bradesco BBI aponta que a instabilidade nas decisões comerciais tem elevado as dúvidas quanto à força da demanda por petróleo em 2025, com o consenso atual prevendo um crescimento de apenas 1 milhão de barris por dia (bpd).

Além do cenário de demanda mais fraca, o banco destaca que o avanço da oferta global, especialmente a partir de projetos de ciclo longo no Brasil, e a falta de aderência da Opep aos cortes acordados, contribuem para a manutenção do risco no horizonte.

Para o banco, os principais dados a serem monitorados são a atividade do PIB dos EUA e da China, o Cazaquistão e a exploração de xisto dos EUA.

“Do lado da oferta, é difícil imaginar que projetos de ciclo longo no Brasil e na Guiana sejam adiados (pelo contrário, a Petrobras está buscando acelerar o primeiro petróleo de sua plataforma)”, disse.

Preços se recuperam

Os preços do petróleo recuperavam parte das perdas nesta quinta-feira, enquanto investidores pesavam um possível aumento da produção da Opep+ contra sinais conflitantes sobre tarifas da Casa Branca e negociações nucleares entre os EUA e o Irã.

Os contratos futuros do petróleo Brent subiam 0,4%, enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA ganhava 0,6% na tarde desta quinta.

Os preços caíram quase 2% na sessão anterior, depois que a Reuters informou que vários membros da Opep+ sugeririam que o grupo acelerasse os aumentos da produção de petróleo pelo segundo mês em junho, citando fontes familiarizadas com as negociações da Opep+.

O Cazaquistão, que produz cerca de 2% da produção global de petróleo e excedeu repetidamente sua cota no ano passado, disse que priorizaria o interesse nacional e não o da Opep+ na decisão sobre níveis de produção, informou a Reuters na quarta-feira.

Já houve disputas entre os membros da Opep+ sobre o cumprimento das cotas de produção, sendo que uma delas resultou na saída de Angola do grupo em 2023.

“Novas divergências entre os membros da Opep+ são um claro risco baixista, pois podem levar a uma guerra de preços”, disseram os analistas do ING.

Sinais de que os EUA e a China poderiam estar se aproximando de negociações comerciais deram suporte aos preços.

*Com informações da Reuters

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em mercado financeiro. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
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Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em mercado financeiro. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
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