Bradesco (BBDC4) tem piora em praticamente todos os segmentos, diz BB Investimentos
O Bradesco (BBDC4) teve uma escalada significativa nas despesas com provisões, resultante de índices de inadimplência que evidenciam piora em praticamente todos os segmentos, disse o BB Investimentos nesta sexta-feira (10).
Na véspera, o banco informou lucro R$ 1,6 bilhão no quarto trimestre, no que seria o pior resultado para a instituição desde o terceiro trimestre de 2006, segundo levantamento do TradeMap. As ADRs do Bradesco desabavam 9% no pré-mercado de Nova York.
O BB Investimentos disse ver maior ímpeto da piora no segmento de Pequenas e Médias Empresas, que se junta ao já pressionado segmento de Pessoas Físicas. Com isso, destacou, formou-se um quadro que mostra deterioração “preocupantemente acima de demais representantes do setor bancário”.
“Até mesmo os anteriormente estáveis índices de atrasos antecedentes (entre 15 e 90 dias) pioraram no trimestre”, disse em relatório assinado por Rafael Reis.
O que esperar do Bradesco
O BB Investimentos reduziu o preço-alvo para os papéis do banco a R$ 15,50 para o final de 2023, o que representa um potencial de valorização de 12,3%. A recomendação é neutra.
No curto prazo, segundo Reis, a pressão da inadimplência, que empurra despesas com provisões, e a contribuição da receita de tesouraria (margem com o mercado) devem continuar pressionando os números do Bradesco ao longo dos próximos trimestres.
“Apesar do banco já sinalizar estar tomando medidas em direção a uma safra de crédito mais salutar, ponto chave para uma descompressão da inadimplência, entendemos que o desafio é grande, dado o perfil de clientes do banco, mais suscetível a ciclos econômicos desfavoráveis”.
O BB Investimentos ponderou que a margem com clientes do Bradesco se expande de maneira forte, a receita de seguridade também acelera, assim como a receita de serviços – que mostra, na avaliação do analista da instituição, boa dinâmica “apesar da desaceleração acentuada da carteira de crédito”.
Ademais, disse, os custos permanecem controlados, crescendo abaixo da inflação.