Bradesco (BBDC4) sofre corte de bancão gringo e ações reagem; outro nome do setor recebe boa notícia
As ações preferenciais do Bradesco (BBDC4) estão entre as mais negociadas nesta terça-feira (9), após o corte de recomendação que o banco levou do Goldman Sachs.
O time de análise da instituição rebaixou o nome de “neutro” a “venda”, com um preço-alvo maior de R$ 16 devido a um custo de capital menor. No entanto, o novo alvo ainda implica um potencial de queda de 4,47% sobre a cotação atual.
Hoje, BBDC4 recuou 2,69%. Os papéis ordinários da companhia não estavam em melhor situação, registrando queda de 2,65%.
Por que vender BBDC4?
O Goldman Sachs explica que o rebaixamento vem pelas perspectivas de que o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) do Bradesco provavelmente seguirá bem abaixo dos níveis históricos.
O banco afirma que, por mais que o crescimento de resultados deve acelerar em 2024, isso deve vir de uma base fraca, seguido de uma queda de 21% nos números em 2022 e outra baixa de 14% esperada para 2023.
Além disso, o Goldman Sachs lembra que o Bradesco tem a maior exposição a regiões de renda mais baixa, como o Norte e o Nordeste do Brasil, tornando a competição com outros players, inclusive digitais, mais desafiadora.
“Achamos que seu caminho para melhorar a rentabilidade será desafiado por ameaças competitivas mais fortes que no passado”, dizem os analistas da casa.
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O Goldman Sachs afirma ainda que, enquanto o NII (receita líquida de juros) mercado deve se beneficiar com taxas de juros e provisões mais baixas, saindo dos níveis de pico, o NII cliente provavelmente subirá 4% em 2024 devido à queda esperada em empréstimos em 2023.
Ao mesmo tempo, o custo de risco deve permanecer elevado, visto que a qualidade dos ativos pode melhorar apenas gradualmente.
O Goldman Sachs espera que o ROE do Bradesco se recupere gradualmente a 12,9% em 2024 e 14,4% em 2025, após o fundo de 11,3% em 2023 (ainda bem abaixo da média de 10 anos de 18%).
Upgrade de ITSA4
Enquanto Bradesco é recomendação de venda, o Goldman Sachs realizou um upgrade no rating de Itaúsa (ITSA4), holding que controla o Itaú (ITUB4), para “compra”.
A instituição acredita que o papel é um meio atrativo para investidores ganharem exposição ao Itaú com um desconto.
“Mais do que isso, Itaúsa é negociada com um desconto de 25,5% para o NAV (valor líquido do ativo) e 18,7% para o Itaú, o que é maior que as médias de cinco anos de 22% e 6,8%, respectivamente”, comenta.
Para o Goldman Sachs, o desconto para o NAV da Itaúsa tem espaço para se estreitar, principalmente após o desinvestimento total da holding na XP.
O preço-alvo em 12 meses para ITSA4 é de R$ 11,90, baseado no valuation da soma das partes – preços-alvo de ITUB4 a R$ 39, DXCO3 a R$ 7,50, CCRO3 a R$ 16,20 e atual preço de mercado de Alpargatas (ALPA4), assim como o valor patrimonial de outros ativos e investimentos.