Bradesco (BBDC4): Os pontos do 2T23 que frustram o mercado; fim do momento desafiador não está claro, diz BB
As ações do Bradesco (BBDC3; BBDC4) figuravam entra as maiores quedas do Ibovespa no pregão desta sexta-feira (4). Por volta das 10h55, os papéis ordinários do banco, BBDC3, recuavam 2,11%, a R$ 14,36, quanto os preferencias caíam 3,32%, a R$ 16.
O movimento vem após o Bradesco apresentar um resultado “negativo”, na análise do BB Investimentos, no segundo trimestre de 2023 (2T23). Procurada pelo Money Times, a empresa não se manifestou até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para seu posicionamento.
O lucro da companhia encolheu mais de 30% no período, a R$ 4,51 bilhões, de acordo com o balanço divulgado na quinta-feira (3). O consenso do mercado estava na expectativa por lucro de R$ 4,48 bilhões, segundo informações da Bloomberg.
Ou seja, o Bradesco teve uma linha final melhor do que o esperado, mas o BB aponta que houve menor margem financeira total, com recuo na margem com clientes e salto nas despesas com provisões para devedores (PDD), a reboque de mais uma alta no índice de inadimplência.
O BB tem recomendação neutra para as ações do Bradesco, uma vez que “o fim do momento desafiador ainda não está claro”. Os analistas atualizaram o preço-alvo para R$ 18,40 ao final de 2024, o que representa um potencial de valorização de cerca de 11% com base no último fechamento (3).
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Bradesco pressionado
Segundo o BB Investimentos, apesar de 5,6% superior ao primeiro trimestre, o lucro do Bradesco de abril a junho não alivia a percepção de pressão.
Isso porque, segundo os analistas, o auxílio não veio apenas do crescimento atípico na área de seguros (+30% a/a), mas também de uma alíquota de imposto substancialmente reduzida (7,9%).
“Excluindo o desempenho robusto da área de seguros e a recuperação da tesouraria, que registrou resultado menos punitivo no trimestre, vemos uma série de agravantes nas principais tendências do Bradesco”, avaliam.
A carteira de crédito classificada recuou no trimestre (-2,4%) e no comparativo anual (-1,0%). “Uma contração bem mais acelerada do que o mercado total, que na realidade, ainda se expande (+8,9%)”, ressaltam.
“Do lado do crédito, vemos uma receita que encolhe, refletindo o mix mais conservador estabelecido ao longo dos últimos trimestres em um ambiente mais restritivo, e despesas com provisões maiores, fruto de uma inadimplência que preocupa, chegando a 5,9%”, dizem.
Como consequência, o produto bancário, que somou R$ 6,24 bilhões no período, cerca de 40% menor em relação ao mesmo trimestre no ano anterior.
Por outro lado, disse o BB, o banco viu uma compensação importante vindo da área de seguros, que mostrou força na geração de prêmios no trimestre, “representando praticamente o único destaque positivo”, afirmam os analistas.
O que diz o Bradesco?
Procurada pelo Money Times, a empresa afirmou que prefere não comentar o relatório.
Em nota, a empresa afirmou que: “O lucro veio em linha com as tendências operacionais que vínhamos comunicando e em linha com consenso das projeções dos analistas. Como dissemos no call, várias linhas estão evoluindo positivamente como: operações de seguros, margem com mercado; e a qualidade de crédito. A partir de agora vamos acelerar gradualmente a originação de crédito, o que é importante para nossas receitas. Com base nisso, acreditamos que nossos resultados e retorno também apresentarão melhorias graduais.”